Quatro pessoas são detidas por tráfico de drogas na rodovia MGC-497 em Uberlândia (MG)

Nesta sexta-feira (6), ocorreu tombamento do caminhão Volvo FH440, que tracionava o semirreboque na rodovia MGC-497 - rodovia do Prata, conforme o Boletim de Ocorrência, quando as viaturas chegaram ao local depararam com um veículo Ford Fiesta, estando em seu interior duas pessoas, tendo uma delas se identificado como policial civil, sendo uma mulher de 33 anos e seu esposo.

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Segundo a policial civil, ela estaria no local para fazer escolta da carga de frios (frango), para que não fosse saqueada, no entanto ao ser tirada a carga de frios da carreta, os policiais militares localizaram em um fundo falso, vários sacos de cor branca, tendo em seu interior um pó branco (cocaína) totalizando mais de 500 kg da droga.
Os veículos foram apreendidos e os indivíduos citados presos, tendo sido acompanhados pelo Dr. Marcos Tadeu, Delegado Regional de Uberlândia, até a delegacia de Polícia Federal. Foi dado busca no veículo da policial civil e encontrado no porta malas uma sacola contendo um revólver calibre .22 e uma espingarda calibre 12, além de um HT, estando a policial civil com uma pistola .40 da carga da Policia Civil na cintura.
Foram presos ainda um ajudante e o motorista, que confirmou ser o motorista da carreta, confessando, ainda, que no dia 04/09/2019, quando parou em um posto de combustível da cidade de Maringá (PR), foi abordado por um indivíduo de cor branca, estatura mediana, cabelo preto, baixo, aparentemente 50 anos de idade, o qual lhe fez uma proposta para que transportasse certa quantia de droga até a cidade Natal (RN).
Que referido cidadão ofereceu a quantia de R$20.000,00 pelo transporte, e que o pagamento seria realizado no ato da entrega, vindo a aceitar a oferta. Que na ocasião estava com o caminhão vazio. Que deslocou até a empresa Frigorífica, sediada na cidade de Maringá (PR), onde estava previsto carregar com frangos congelados. Após carregar retornou até ao pátio do referido posto de combustível, onde autores ignorados carregaram o caminhão misturando os sacos de drogas com a carga de frios.
Já no dia 05/09/2019 por volta de 23h00min o motorista dormiu ao volante vindo a perder o controle do veículo envolvendo em acidente. Que de manhã chegou ao local um casal ocupando um Fiesta preto. Que visualizou o referido casal com armas dentro do carro. Que não conhece o casal. Que não sabe quem acionou os ocupantes do Fiesta para o local.

Vistoriador

Um vistoriador de seguro, de 37 anos, estava no local e foi testemunha da ocorrência. Conforme depoimento, ele disse ser proprietário de uma empresa de seguros e que seria apenas prestador de serviços para outra empresa. Ele afirma que foi acionado por das 4h30 de sexta-feira por essa empresa informando sobre o acidente na MG-497.
Morador de Coromandel, o vistoriador disse que chegou na rodovia por volta das 7h e encontrou um guincho, o casal e outros dois funcionários da transportadora, contratado pelo vistoriador para o transbordo da carga.
A policial Civil contou em depoimento que conversou com o vistoriador já na base da PRE e que ele teria dito que o dono da carga esteve no local do acidente e informou que havia drogas no meio da carga. O dono teria solicitado a dispensa da escolta, o que não foi feito.
O vistoriador confirmou que uma pessoa do sexo masculino esteve no local por volta das 9h30 e teria dito que sacos de eletrônicos estavam em cima da carga e que os produtos não estavam na nota fiscal dos frangos congelados. Que por não estar segurado, estes produtos não poderiam ser levados no transbordo. O suposto dono foi embora logo em seguida.
Por volta das 12h, o suposto dono retornou ao local e contou que a mercadoria não continha eletrônicos e sim drogas, e que teriam que ser embarcadas de qualquer forma. O vistoriador conta que a informação foi repassada aos demais.

Funcionário

Outra testemunha, um homem de 35 anos, disse ser funcionário da pessoa que se apresentou como dono da carga ao vistoriador. Ele contou que foi acionado pelo chefe para prestar socorro ao motorista que tinha tombado com o caminhão. Para não ficar sozinho no local, ele chamou outra pessoa para acompanhá-lo. Esta última não teve a idade registrada no BO.

Motorista do caminhão onde encontraram as drogas

O motorista do caminhão onde as drogas foram encontradas, de 42 anos, também alegou ser funcionário da empresa do suposto dono da carga, sediada em Florestópolis (PR). O condutor mora em Rolândia (PR) e recebeu uma ligação telefônica da mulher do chefe, dizendo para ir até Uberlândia com um caminhão para fazer o transbordo da carga. Ele explicou que esperou a chegada do patrão para iniciar a operação.

Prisão

A policial Civil, o marido dela e os dois motoristas receberam voz de prisão em flagrante pelo ato. Eles foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Federal em Uberlândia, juntamente com os três veículos envolvidos, as armas e as drogas. O carro Fiesta não estava com a documentação em dia.
O vistoriador de seguros apresentou à PF as notas fiscais da carga de frangos congelados transportada.
Segundo o delegado da Polícia Federal, Renato Deni da Silva, constatou com base nos depoimentos que a policial Civil não estava envolvida na questão do tráfico de drogas.
"Na verdade a policial Civil foi autuada em flagrante por transportar ilegalmente arma de fogo e isso ela responderá judicialmente. Contudo, o delegado constatou que ela não teve participação no transporte de entorpecentes. A policial foi acionada pela seguradora, ela não sabia das drogas e as pessoas envolvidas confirmaram isso. A seguradora já tinha o contato dela, pois ela prestava serviços de escolta para a empresa. Isso fora da Polícia Civil, era um procedimento normal entre a empresa e a policial que era alheio à Polícia Civil, e por isso ela responderá administrativamente", explicou Marcos.
Marcos disse também que durante as oitivas foi constatado que em outras situações, a policial era acionada pela seguradora para fazer a escolta de cargas. "A empresa acionava a policial em situações como essa, onde ela ficava de escolta da carga para evitar o saque da mesma", contou.
Ainda de acordo com o delegado, a policial pagou fiança referente à autuação por porte ilegal de arma de fogo. Ela foi liberada durante a madrugada de sábado (7). "O que é importante ressaltar é que foi comprovado que a policial não tem envolvimento algum com o transporte das drogas, ela foi acionada para prestar um serviço de escolta alheio ao conhecimento da Polícia Civil e responderá administrativamente por isso", finalizou Marcos.

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