Depois de quase duas horas de tentativas da PF para tirar o ex-presidente Lula de dentro da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, enfim uma das alternativas funcionou: o petista deixou o local à pé, com um cordão humano à sua volta, e caminhou até uma rua alternativa atrás do sindicato. Lá, um carro já o aguardava e agora ele segue para Curitiba, onde começará a cumprir a sua pena.
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São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou, a pé o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, por volta de 18h42, para se entregar à Polícia Federal (PF) e seguir para a prisão da Lava Jato, cerca de seis horas depois de comício. O comboio que levou o ex-presidente chegou à superintendência da PF em São Paulo por volta das 19h44. Ele deve ser submetido a um exame de corpo de delito antes de embarcar rumo a Curitiba.
Ele vai iniciar o cumprimento da pena de 12 anos e um mês no caso triplex, determinada pelo juiz federal Sérgio Moro, em uma "sala reservada" na sede da PF na capital parananense.
A saída do ex-presidente em um carro cor prata - acompanhado de seu advogado Cristiano Zanin Martins - foi marcada por forte tensão. Militantes postados no portão de saída do sindicato impediam o deslocamento do automóvel onde está o ex-presidente. "Cercar, sentar e não deixar prender", entoavam.
Lula deixou o carro e tornou a entrar no prédio. Depois, retornou ao carro e deixou o local. Às 18h42, saiu à pé para fora do edifício, em meio à multidão que se aglomera, e percorreu até viatura da PF que estava nos fundos da entidade.
Apesar de o magistrado ter imposto ao petista que se apresentasse até às 17h desta sexta-feira, 7, Lula não arredou o pé do sindicato, onde passou duas noites e fez seu último discurso antes do cárcere.
À espera do ex-presidente, a carceragem da Polícia Federal preparou uma sala especial. Moro vetou expressamente o uso de algemas.
Lula se entrega após quase dois dias de negociação intensa. A PF aceitou aguardar que ele presenciasse a missa em homenagem a sua mulher Marisa Letícia e depois se entregasse.
Na parte da manhã, o ex-presidente fez seu último comício em liberdade, após a celebração de uma missa por Marisa Letícia, ex-primeira-dama que morreu em fevereiro de 2017 e que neste sábado completaria 68 anos.
À sua plateia, ele disse que iria se apresentar à Polícia Federal Ele desafiou seus algozes, da força tarefa da Lava Jato, a apresentarem provas contra ele.
"Vou de cabeça erguida e vou sair de peito estufado de lá", afirmou, às 12h55, quando encerrou o comício.
Com informações do Estadão Conteúdo