O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) é alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal na manhã desta terça-feira (11).
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Além do parlamentar, que foi eleito deputado federal por Minas Gerais, a irmã dele, Andrea Neves, e o primo Frederico Pacheco também estão sendo investigados. Conforme a PF, eles teriam envolvimento com crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Outro alvo desta operação é Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, deputado federal e presidente nacional do partido Solidariedade. Além disso, empresários que teriam emitidos notas fiscais frias para Aécio, entre 2014 e 2017, também estão sendo investigados na Operação Ross, que ocorre simultaneamente em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Bahia, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Amapá e Distrito Federal. Outros dois senadores e dois deputados federais também são investigados.
Por nota, o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o senador, reforçou que Aécio sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessários às investigações. "A correta e isenta investigação vai apontar a verdade e a legalidade das doações feitas", declarou o defensor. Confira a íntegra da nota no fim da matéria.
Corrupção
De acordo com a PF, Aécio Neves teria comprado apoio político do Solidariedade, por R$ 15 milhões, e empresários paulistas ajudaram com doações de campanha e caixa 2, por meio de notas frias. Os valores investigados ultrapassam R$ 100 milhões. "As vantagens teriam sido solicitadas a um grande grupo empresarial do ramo dos frigoríficos que teria efetuado o pagamento, inclusive para fins da campanha presidencial de 2014", informou a PF por nota.
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No total, 200 homens trabalham na ação, que faz parte do inquérito 4519, que tem como relator no Supremo Tribunal Federal (STF) o ministro Marco Aurélio Neto. A Justiça Federal expediu 24 mandados de busca e apreensão e 48 intimações para oitivas.
Buscas
Logo nas primeiras horas do dia, policiais federais foram até o prédio de Aécio Neves, no bairro Anchieta, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. De lá, os agentes saíram com malotes e sem falar com a imprensa. Os policiais também deram buscas em um imóvel do senador que fica no bairro Ipanema, no Rio de Janeiro.
Em relação a Andrea Neves, foram cumpridas ordens judiciais em Brumadinho, na Grande BH, e em Copacabana, no Rio. Já o primo do parlamentar tem imóvel em Nova Lima, também na Região Metropolitana de BH.
Nome
A ação desta terça-feira é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. O nome da Operação Ross é referência ao explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo, na Antártida, fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sendo investigadas.
Íntegra da nota da defesa de Aécio Neves
O Senador Aécio Neves sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessários às investigações, bastando para isso o contato com seus advogados. 
O inquérito policial baseia-se  nas delações de executivos da JBS que tentam transformar as doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na justiça eleitoral, em algo ilícito  para, convenientemente, tentar manter os generosos benefícios de seus acordos de colaboração. A correta e isenta investigação vai apontar a verdade é a legalidade das doações feitas.
Alberto Zacharias Toron Advogado