Mais de 1.500 celulares são furtados por mês em Belo Horizonte. A média leva em conta as ocorrências registradas entre janeiro e setembro deste ano.
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O total representa aumento de 23% nos crimes praticados em igual período de 2017. A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (Sesp) registrou 13.854 ocorrências nos nove primeiros meses de 2018, contra 11.972 do ano anterior.
Combater a receptação é a principal forma de se enfrentar o problema, afirma o tenente Frederico Ferreira, comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar. “É uma cadeia criminosa. A partir do momento que existe demanda social para compra de telefones por menor custos, haverá sempre pessoas dispostas a roubar e a furtar”, alerta.
Em resposta aos crimes, uma força-tarefa da PM, em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Polícia Civil, Receita Federal e Prefeitura de Belo Horizonte, tirou de circulação volume considerável de aparelhos suspeitos. Os celulares tinham restrição na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em boletins de ocorrência ou estavam em desacordo com a legislação fazendária.
Balanço
Em dois dias de operação nos shoppings populares Xavantes e Oiapoque, no hipercentro da capital, foram apreendidos 797 telefones, além de 132 tablets. Vinte e sete pessoas foram presas por receptação.
Os celulares eram vendidos por cerca de R$ 150 nos boxes dos centros comerciais. “Queremos dar um recado para a gerência dos shoppings e aos vendedores para que não tolerem a prática criminosa”, destacou o tenente-coronel da PM Micael Henrique.
Para o coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas, professor Robson Sávio Reis, o número de furtos pode ser ainda maior do que o registrado pela Sesp. “Cada vez mais as pessoas fazem seguros de celulares e poucas, a não ser quando precisam para solicitar novos aparelhos, documentam o crime. As pessoas precisam evitar andar na rua falando ao celular”, pontua o especialista.
Segundo Ademar Firmiano da Silva, um dos administradores do Oiapoque, a ação ocorreu de maneira tranquila. “O shopping admira o trabalho das instituições presentes nessa operação e, em toda sua história, deixou-as trabalhar em nome da segurança dos clientes”, afirmou. Já a administração do Xavantes informou que apoia a operação e que vai colaborar com as investigações.