Eleito governador, Zema diz que empresa contratada deve selecionar secretários

O governador eleito Romeu Zema (Novo) se prepara para inovar na formação do secretariado. E, ao que tudo indica, nomes para a equipe que quer montar não faltam. Em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia, ele afirmou que pessoas de todo o país têm se oferecido para trabalhar no governo de Minas. E com um plus: de forma voluntária, sem receber por isso.
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Para quem vai administrar um Estado com rombo estimado em R$ 11,4 bilhões, e onde cada tostão poupado pode fazer a diferença, a ideia significa economia. O governador eleito afirma que fará uma triagem minuciosa para selecionar os nomes. Cogita, inclusive, contratar uma empresa de recrutamento de executivos para ajudar na escolha.
“Vamos fazer questão de que todo nome seja sabatinado, às vezes até por uma empresa externa de seleção de executivos. Vamos fazer a coisa de forma muito precisa porque Minas Gerais é igual a um doente na UTI. Tem que pegar um médico muito bom para fazer uma operação bem precisa, não dá para errar mais”, diz. A afirmação foi feita durante reunião do Novo na tarde de ontem em um centro de convenções na região Centro-Sul de Belo Horizonte. No local, estavam presentes as lideranças do partido – incluindo o fundador da legenda, João Amoêdo, que concorreu à Presidência da República.
Entre os cogitados para assumir as secretarias, de acordo com Zema, estão empresários de âmbito nacional e, até mesmo, aposentados do governo de Minas. Ele pondera, no entanto, que a intenção é dar preferência aos mineiros na hora de escolher quem vai ocupar as cadeiras.
Na reunião, eles também discutiram a equipe que fará a transição do governo de Fernando Pimentel (PT) para Zema. Inicialmente, seis nomes vão compor o grupo. A ideia é que a quantidade de pessoas vá crescendo aos poucos. “É um processo muito embrionário ainda. Não tem nem 24 horas que acabaram as eleições, estamos discutindo nomes”, afirmou Zema.
Sabe-se, até o momento, que o vereador Matheus Simões (Novo) e o economista Gustavo Franco farão parte do grupo. Segundo bastidores, Gustavo Franco não aceitou o convite para a Secretaria da Fazenda, mas vai atuar como um conselheiro do governo. Conforme o governador eleito, o anúncio da equipe</CS> deve ser realizado na quinta-feira, 1º de novembro.
Para que os trabalhos sejam iniciados, no entanto, é necessário que Pimentel assine um decreto autorizando o repasse de informações. A assessoria de imprensa do governo afirmou, no entanto, não há previsão para que isso aconteça.
TCE-MG Em entrevista após o anúncio do resultado das eleições, Romeu Zema afirmou que conta com a ajuda do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) para levantar o real rombo de Minas. Ele desconfia que o valor seja significativamente superior ao anunciado até o momento. “A situação é pior do que foi mostrada. Queremos um levantamento, com ajuda do TCE, para saber todos os problemas do Estado. Algumas medidas serão impopulares”, disse.
Tais medidas não foram detalhadas. Ele se limitou a dizer que irá cortar todos os gastos desnecessários, incluindo cargos políticos e comissionados. A transparência na gestão também foi citada por Zema como crucial. “Cada cafezinho eu quero que seja lançado para o povo saber. No final do ano, todos os centavos serão discriminados”, afirmou.
Conselho vai auxiliar novo governo a evitar falhas
O partido Novo vai criar um conselho nacional de apoio ao governo de Romeu Zema (Novo) e Paulo Brant (Novo), que estarão à frente de Minas Gerais pelos próximos quatro anos. O objetivo é aumentar a assertividade das ações dos eleitos e reduzir o risco de falhas. A afirmação foi feita pelo presidenciável João Amoêdo, um dos fundadores da legenda, durante encontro do partido Novo ontem, em Belo Horizonte.
“Estaremos muito dedicados e seremos muito ambiciosos nos planos para Minas. Vamos ajudar o Romeu a fazer o melhor governo possível aqui no Estado”, disse. O conselho, que ainda está em formação, contará com profissionais de todo o país e de diversos ramos. A quantidade de pessoas que irão compor o grupo não foi detalhada.
Inicialmente, o comitê vai auxiliar o novo governador na escolha dos secretários. No entanto, é possível que a formação permaneça montada para ajudá-lo ao longo da gestão. “Todas as decisões serão tomadas por Zema e pelo Brant. Nós só vamos auxiliá-los”, afirmou Amoêdo.
Ele destacou que o governo de Minas será vitrine para o restante do país nas próximas eleições. “Isso significa que a responsabilidade é muito grande”, ponderou. “Minas Gerais é o segundo colégio eleitoral do Brasil é também é um reflexo do país. Temos que fazer, de fato, que aqui seja um trampolim para as próximas eleições”, enfatizou.
Amoêdo Estreante na política, João Amoêdo teve 2,7 milhões de votos no primeiro turno, o equivalente a 2,5% dos votos válidos, e ocupou o quinto lugar nas eleições, à frente dos nanicos. Com um discurso liberal, ele aposta na militância on-line e não usa recursos públicos.
“Mostramos que dá pra eleger um governador sem usar dinheiro público e sem negociar cargos e sem usar tempo de televisão, mostrando que dá para chegar. E, além disso, estamos trazendo alguém que saiu da zona de conforto, que foi empresário a vida toda que é um empreendedor que vem de fato para mudar a situação do Estado”, disse.

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