Câmara tem registro de visitas de Adélio Bispo no dia do atentado em 6 de setembro

Ofício da Polícia Legislativa, obtido com exclusividade por O Antagonista, informa a existência de dois registros de entrada de Adélio Bispo de Oliveira na Câmara dos Deputados, no dia 6 de setembro – data do atentado contra Jair Bolsonaro. A matéria continua após a publicidade O documento oficial foi enviado ao terceiro-secretário, deputado JHC, que atendeu à solicitação de O Antagonista por todos os registros de visitação do criminoso. “Constatou-se a existência de mais dois registros de entrada referentes à pessoa do Senhor Adélio, ambos datados do dia 6 de setembro de 2018, dia em que fora efetuada sua prisão no estado de Minas Gerais em decorrência do atentado ao deputado Bolsonaro”, escreve o diretor Paul Pierre Deeter. Como é impossível Adélio ter estado na Câmara, Deeter desconfia de que os registros tenham sido forjados. Ele determinou a abertura de uma investigação interna para “averiguar as circunstâncias nas quais se deram os supostos registros”. E também pediu a decretação de sigilo. Há duas semanas, O Antagonista havia obtido a confirmação de uma visita de Adélio ao Anexo IV no dia 6 de agosto de 2013. Não foi possível, porém, saber o destino do criminoso nas dependências legislativas – se esteve em algum gabinete parlamentar, por exemplo. A constatação da Polícia Legislativa revela uma grave vulnerabilidade do sistema de controle de acesso às dependências da Câmara. Se os registros de entrada de Adélio foram feitos antes do atentado, significa que alguém de dentro – com acesso ao sistema – pode ter tentado forjar um álibi para Adélio, imaginando que ele teria chance de  esfaquear Bolsonaro numa situação que lhe permitisse fugir sem ser identificado. Caso tenham sido forjados posteriormente, não se pode descartar a tentativa de apagar qualquer rastro do criminoso e confundir as autoridades, com o objetivo de obstruir a Justiça. O O diretor da Polícia Legislativa da Câmara, Paul Pierre Deeter, disse à Folha que um recepcionista registrou por engano a entrada de Adélio Bispo de Oliveira na Câmara, no dia 6 de setembro. Deeter afirmou que o funcionário, que não teve o nome divulgado, foi consultar no sistema eventual entrada de Bispo na Câmara, quatro horas após o esfaqueamento, e por engano registrou a entrada. “O Adélio já estava preso nesse momento em Minas. Foi apenas um erro do recepcionista, que foi ouvido, mas não houve má fé ou qualquer outra situação que estão falando por aí”, afirmou o diretor. Ele disse que a investigação será arquivada. O Antagonista revelou mais cedo que a Polícia Legislativa havia aberto uma investigação interna ao constatar registros de duas entradas de Adélio na Câmara no dia do atentado. Deeter pediu à Mesa Diretora decretação de sigilo. O Antagonista também revelou dias atrás que Adélio esteve na Câmara em 2013, mas a Polícia Legislativa não soube dizer qual gabinete ele visitou.  

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