Um vídeo macabro, que ganhou intensa circulação nas redes sociais, levanta a suspeita de que a facção criminosa Comando Vermelho (CV) estaria utilizando jacarés não apenas para ostentação, mas também para intensificar a tortura contra rivais e ocultação de cadáveres.
As imagens, cuja veracidade e contexto geográfico imediato ainda são apurados pelas autoridades, mostrariam um jacaré de porte considerável dentro de uma caixa d'água, devorando o que seriam restos mortais de um corpo humano. O conteúdo foi rapidamente atribuído a integrantes do CV, especialmente após a intensa mobilização policial na última megaoperação contra a facção.
A Conexão do Réptil com a Facção
Esta não é a primeira vez que répteis de grande porte são associados a ações do tráfico de drogas no Rio de Janeiro:
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Apreensão em Manguinhos (Julho): Em julho deste ano, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) apreendeu um filhote de jacaré na comunidade do Mandela, em Manguinhos, na Zona Norte do Rio.
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"Animal de Estimação" e Ostentação: À época, os policiais da 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) relataram que o animal era mantido como "animal de estimação" ou símbolo de ostentação pelos traficantes do CV, sendo encontrado dentro de um imóvel na comunidade.
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Uso como Ameaça: Relatos de investigações anteriores e fontes policiais, inclusive contra a milícia, já indicavam que os animais seriam mantidos para ameaçar e torturar desafetos e rivais de grupos criminosos.
O vídeo recente, no entanto, eleva o grau de crueldade e levanta a hipótese de o animal estar sendo usado como um método macabro de "desova", visando eliminar provas e dificultar a identificação de corpos das vítimas dos "tribunais do crime".
Circulação Pós-Megaoperação
A gravação do jacaré dentro do recipiente com água, com o conteúdo, começou a circular com maior intensidade nas redes sociais logo após a megaoperação policial deflagrada contra o Comando Vermelho na última semana (iniciada na terça-feira, 28/10), que culminou na morte de dezenas de traficantes nos Complexos da Penha e do Alemão.
A circulação dessas imagens nesse contexto sugere uma possível tentativa de intimidação e propaganda de terror por parte da facção, mostrando a brutalidade com que tratam seus inimigos.
As investigações da Polícia Civil, com apoio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), devem ser aprofundadas para determinar a origem exata do vídeo, identificar os criminosos envolvidos na criação e utilização desses animais para fins ilegais e de tortura, e confirmar se o réptil foi de fato usado como instrumento de ocultação de cadáveres.