Decisão Argentina de Classificar PCC e CV como Terroristas Aquece o Debate Político no Brasil

Brasília, DF - A decisão do governo argentino de classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas provocou uma forte reação e uma onda de críticas de parlamentares da direita brasileira contra a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O anúncio, feito pela ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, foi utilizado como contraponto à postura do governo federal brasileiro, que até o momento não adotou o mesmo reconhecimento formal para as facções.


 

Argentina Endurece o Jogo Contra Facções Transnacionais

 

A medida argentina determina a inclusão das duas maiores facções criminosas brasileiras no Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo (Repet), a lista oficial de ameaças à segurança nacional do país vizinho. A classificação como terroristas permite que a Argentina mobilize recursos e estratégias mais severas no combate a essas organizações, que possuem forte atuação transnacional, especialmente no tráfico de drogas e armas na Tríplice Fronteira.

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Patricia Bullrich justificou o ato como uma resposta necessária ao avanço da criminalidade organizada na região. Essa decisão coloca a Argentina em uma posição de vanguarda no Cone Sul no que tange ao tratamento jurídico e operacional das facções brasileiras.


 

🇧🇷 Críticas da Oposição: "Governo Frouxo e Omisso"

 

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O movimento argentino intensificou o coro da oposição no Congresso Nacional brasileiro, que acusa o governo Lula de ser omisso e "frouxo" no enfrentamento às facções.

  • Sanderson (PL-RS), Vice-Líder da Oposição: O deputado foi um dos mais incisivos, declarando que a Argentina havia "entendido o óbvio". Ele criticou duramente a postura brasileira.

    “PCC e CV são terroristas. Só o Brasil, com esse governo frouxo e omisso, insiste em negar essa realidade que atormenta a população. Lula age na contramão do combate à criminalidade”, afirmou o parlamentar gaúcho, ligando a hesitação brasileira à escalada da violência interna.

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  • Rodrigo Valadares (União-SE): O deputado de Sergipe questionou a lógica do governo federal diante da atuação das facções.

    “Esses grupos dominam presídios, aterrorizam populações e financiam crimes transnacionais. Se isso não é terrorismo, o que mais precisa acontecer?”, indagou Valadares, sugerindo que a definição de terrorismo já está claramente preenchida pelos atos do PCC e do CV.

  • Coronel Tadeu (PL-SP): Representando o estado de origem do PCC, o deputado paulista apontou para uma possível motivação ideológica na postura do Planalto.

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    “Enquanto Bullrich age com coragem, o governo Lula fecha os olhos e protege criminosos por conveniência ideológica”, disparou o Coronel Tadeu, transformando a discussão técnica em um embate político-ideológico.

  • Capitão Alberto Neto (PL-AM): O parlamentar do Amazonas, estado que lida diretamente com as rotas de tráfico internacional, afirmou que a decisão argentina "expõe a omissão do Brasil".

    “É vergonhoso ver o país vizinho tomando medidas que o Brasil deveria liderar. Aqui, a esquerda prefere relativizar o crime em vez de combatê-lo,” disse o Capitão, reforçando a crítica de que o governo estaria minimizando a gravidade das facções.

 

 Impacto da Classificação no Combate ao Crime

 

A classificação de uma organização como terrorista, sob a Lei Antiterrorismo brasileira (Lei nº 13.260/2016), pode ter implicações significativas, permitindo a mobilização de recursos e mecanismos de inteligência mais robustos, o congelamento de bens com maior facilidade e a cooperação internacional mais ágil e eficaz com agências de segurança global.

O debate no Brasil agora se concentra em saber se o Ministério da Justiça e Segurança Pública ou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) irá rever a posição de não classificar as facções, que, de acordo com as forças de oposição, utilizam métodos de terror, como a violência indiscriminada e o domínio territorial pelo medo.

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