STF Solicita Extradição Urgente de Carla Zambelli Após Condenação por Ataque Hacker

O Supremo Tribunal Federal (STF) formalizou um pedido urgente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para a extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A solicitação visa garantir o cumprimento da pena de 10 anos de prisão, em regime inicial fechado, imposta à parlamentar por seu envolvimento no ataque hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Detalhes do Pedido de Extradição

O documento oficial, encaminhado pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, detalha a necessidade de extradição de Carla Zambelli Salgado De Oliveira, em conformidade com a Lei nº 13.445/2017. A urgência do pedido reflete a gravidade da condenação e a necessidade de garantir a execução da pena imposta pelo STF.

O Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), será responsável por processar o pedido de extradição. O ofício enviado pelo STF inclui um formulário completo com todas as informações pertinentes à condenação da deputada.

Fuga e Inclusão na Lista da Interpol

Carla Zambelli deixou o Brasil apenas 20 dias após sua condenação pelo STF. A fuga da deputada motivou o ministro Alexandre de Moraes a decretar sua prisão preventiva e a solicitar sua inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol. Atualmente, o nome de Zambelli consta no rol de foragidos internacionais, o que significa que ela pode ser presa em qualquer país membro da Interpol.

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Rejeição de Recursos e Unanimidade no STF

Na semana passada, a Primeira Turma do STF rejeitou, por unanimidade, um recurso apresentado pela defesa de Carla Zambelli para tentar reverter a condenação. A decisão unânime da Turma reforça a solidez da condenação e a necessidade de seu cumprimento imediato. A pena não havia sido executada anteriormente devido à pendência de recursos, que agora foram esgotados.

O Ataque Hacker ao CNJ

Carla Zambelli é acusada de ter liderado e auxiliado no planejamento do ataque hacker aos sistemas do CNJ, ocorrido em janeiro de 2023. Durante o ataque, foi emitido um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, contendo a seguinte mensagem: “Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”.

Além do mandado de prisão falso, os hackers também produziram um recibo de bloqueio de R$ 22,9 milhões em bens do ministro Moraes. Esse valor correspondia à multa imposta por Moraes ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, por questionar a validade das urnas eletrônicas nas eleições de 2022. O ataque cibernético incluiu ainda uma ordem falsa para quebrar o sigilo bancário do ministro.

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Denúncia da PGR e Confissão de Walter Delgatti

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) detalha o papel de Carla Zambelli como líder e planejadora do ataque cibernético. Walter Delgatti, conhecido como "hacker de Araraquara", confessou ter participado do ataque e confirmou o envolvimento da deputada.

O pedido de extradição de Carla Zambelli marca um novo capítulo neste caso de grande repercussão, demonstrando a determinação do STF em garantir a responsabilização por crimes cibernéticos e a integridade do sistema judicial brasileiro.

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