Um levantamento abrangente divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) expõe as profundas desigualdades no desenvolvimento da saúde entre os municípios brasileiros. O estudo, que analisou 5.570 cidades, mostra que a maioria (53,2%) apresenta desempenho apenas moderado, enquanto mais de 39% permanecem em situação preocupante.
Disparidade na distribuição médica
Os dados revelam um abismo na disponibilidade de profissionais de saúde:
- Municípios críticos: 1 médico para cada 2.000 habitantes
- Municípios desenvolvidos: 7 médicos para mesma população
Metodologia do estudo
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) Saúde considerou múltiplos fatores:
- Cobertura vacinal da população
- Percentual de gestantes com acompanhamento pré-natal
- Incidência de gravidez na adolescência
- Internações por condições evitáveis na atenção básica
- Casos relacionados ao saneamento inadequado
Panorama nacional
Classificação | Número de Municípios | Percentual |
---|---|---|
Desempenho Crítico | 323 | 5,8% |
Baixo Desenvolvimento | 2.179 | 39,1% |
Desempenho Moderado | 2.961 | 53,2% |
Alto Desenvolvimento | 107 | 1,9% |
Principais achados
Saneamento básico:
- Municípios críticos: 74 internações/10 mil hab. por saneamento inadequado
- Municípios desenvolvidos: apenas 4 casos/10 mil hab.
Gravidez na adolescência:
- Municípios críticos: 41% das gestações são de adolescentes
- Municípios desenvolvidos: 12% (taxa 3,4 vezes menor)
Internações evitáveis:
- Municípios críticos: 33,2% das internações são por causas sensíveis à atenção básica
- Municípios desenvolvidos: 13,7% (menos da metade)
Contexto nacional
O estudo surge em meio a alertas de saúde pública em diversas regiões:
- Campanha nacional de vacinação contra gripe pretende imunizar 81,6 milhões
- Surtos de síndrome respiratória aguda grave levaram cidades do Sul e Sudeste a decretarem emergência
Publicado em: 03/06/2025 - Fonte: Firjan