Crise fiscal atinge 54% dos municípios brasileiros, com déficit recorde de R$ 33 bilhões

Estudo da CNM revela pior cenário da história para as finanças municipais

Um levantamento inédito da Confederação Nacional de Municípios (CNM) expôs a grave situação fiscal das prefeituras brasileiras, com 54% dos municípios operando no vermelho - o maior índice já registrado na história. O déficit acumulado chega a impressionantes R$ 33 bilhões, quase o dobro do valor apurado em 2023 (R$ 17 bilhões).

Principais causas do colapso fiscal

  • Crescente demanda por serviços públicos
  • Contratação de prestadores de serviços terceirizados
  • Altos custos com folha de pagamento do funcionalismo
  • Investimentos em infraestrutura urbana
  • Despesas de custeio da máquina pública

Deterioração generalizada

O estudo mostra que a crise fiscal não poupa nenhum porte de município:

Porte do Município Déficit em 2023 Déficit em 2024 Variação
Pequeno R$ 0,4 bi R$ 5,8 bi 1.350%
Médio R$ 2,2 bi R$ 8,4 bi 282%
Grande R$ 12,7 bi R$ 18,5 bi 46%

Estados também em crise

Além dos municípios, 19 dos 26 estados brasileiros também acumulam déficits primários em 2024, demonstrando que a crise fiscal é um problema generalizado na federação.

Explosão da folha de pagamento

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, alerta: "O funcionalismo público municipal cresceu 31% entre 2010 e 2022, saltando de 5,8 milhões para 7,6 milhões de servidores". Esse aumento significativo na folha de pagamentos é apontado como um dos principais motores do desequilíbrio fiscal.

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Efeito da pandemia

A Lei Complementar 173/2020, criada durante a pandemia, congelou despesas com pessoal até dezembro de 2021. Com o fim das restrições:

  • Municípios precisaram recompor quadros
  • Reajustes salariais reprimidos foram implementados
  • Recursos em caixa caíram 63% em um ano (de R$ 112,5 bi para R$ 41,7 bi)
  • Municípios deficitários saltaram de 8% para 34%

Impactos para a população

Especialistas alertam que essa crise fiscal pode levar a:

  • Redução na qualidade dos serviços públicos
  • Atrasos no pagamento de fornecedores
  • Congelamento de investimentos em saúde e educação
  • Possibilidade de aumento de impostos locais

A CNM defende a urgência de um pacto federativo que redistribua melhor os recursos e responsabilidades entre União, estados e municípios, evitando o colapso completo das finanças municipais.

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