Nordeste lidera consumo de cigarros ilegais no Brasil, aponta estudo do Ipec

Região concentra 43% do mercado ilegal de cigarros, com Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte como os estados mais críticos.

Um estudo recente do Ipec, encomendado pelo Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), revelou dados alarmantes sobre o comércio de cigarros ilegais no Brasil, com o Nordeste aparecendo como a região mais afetada. De acordo com a pesquisa, 43% dos cigarros vendidos na região são ilegais, superando a média nacional de 32%.

Estados mais críticos

  • Maranhão: 70% dos cigarros vendidos são ilegais, movimentando R$ 356 milhões para o crime organizado em 2024 e causando uma evasão fiscal de R$ 111 milhões em ICMS.
  • Piauí e Rio Grande do Norte: Ambos com 68% de participação ilegal. No Piauí, o comércio ilícito rendeu R$ 135 milhões no último ano.

Causas do crescimento do mercado ilegal

Especialistas apontam diversos fatores para o avanço do comércio ilegal:

  • Fragilidade das fronteiras
  • Poder de articulação das facções criminosas
  • Alta carga tributária sobre o produto legal

No Maranhão, por exemplo, o ICMS sobre cigarros foi reajustado duas vezes em 2024, aumentando ainda mais a diferença de preço entre os produtos legais e os contrabandeados.

Cenário nacional: R$ 9 bilhões movimentados pelo crime

O estudo do Ipec revela que o contrabando de cigarros já domina 32% do mercado nacional, com números impressionantes:

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Indicador Valor (2024)
Unidades de cigarros ilegais 34 bilhões
Valor movimentado R$ 9 bilhões
Evasão fiscal R$ 7,2 bilhões
Evasão fiscal (12 anos) R$ 105 bilhões

Fábricas clandestinas: indústria paralela prospera

O mercado ilegal se tornou tão lucrativo que organizações criminosas passaram a fabricar cópias de marcas paraguaias em território brasileiro. Em 2024, a polícia fechou 9 fábricas clandestinas, que operavam em condições precárias:

  • Mão de obra paraguaia em situação análoga à escravidão
  • Maquinário profissional capaz de produzir milhões de maços
  • Potencial de faturamento anual de R$ 4 bilhões

Nos últimos 13 anos, 64 fábricas ilegais foram desativadas em todo o país, mas especialistas alertam que muitas continuam em operação, alimentando essa rede criminosa que prejudica a economia e a saúde pública.

Fonte: Estudo Ipec/FNCP - Dados de 2024

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