Diretora de ONG investigada por ligação com PCC recebeu auxílio emergencial e passagens pagas pelo governo

Luciene Neves Ferreira, diretora da ONG Pacto Social & Carcerário, alvo de investigação da Polícia Federal por suspeita de vínculo com o Primeiro Comando da Capital (PCC), recebeu R$ 1,1 mil em passagens aéreas pagas pelo governo federal e R$ 4,6 mil em auxílio emergencial.

Entenda o caso:

Segundo o Portal Metrópoles, A Polícia Federal deflagrou a Operação Scream Fake em 15 de janeiro de 2025, prendendo 12 pessoas acusadas de associação com o PCC. Entre os presos, estão o presidente e o vice-presidente da ONG Pacto Social & Carcerário. A investigação teve início a partir da análise de cartões de memória e manuscritos apreendidos com um visitante de um presídio, segundo a Polícia Civil de São Paulo.

O material sugere que o PCC divide sua atuação em setores como "gravatas", "saúde", "financeiro" e "reivindicações". A ONG estaria ligada ao setor de "reivindicações", promovendo manifestações e denúncias com o objetivo de desestabilizar o sistema de justiça criminal, de acordo com a polícia. A organização nega as acusações.

Passagens aéreas e auxílio emergencial:

As passagens aéreas, no valor de R$ 1,1 mil, foram pagas pelo governo federal para custear a participação de Luciene Ferreira na 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada em Brasília em maio de 2016. Luciene viajou de São Paulo para Brasília em 10 de maio e retornou três dias depois. O evento tinha como objetivo debater propostas para a formulação de políticas públicas com a sociedade civil.

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Já o auxílio emergencial, totalizando R$ 4,6 mil, foi pago em 10 parcelas entre junho de 2020 e outubro de 2021. Foram cinco parcelas de R$ 600 e cinco de R$ 150. Luciene foi enquadrada como beneficiária extra CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais), programa que identifica famílias de baixa renda em todo o país.

Participação em audiência pública:

Em 30 de agosto de 2023, Luciene participou de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados. O tema do debate era "condições dos cárceres, prevenção e combate à tortura". Na ocasião, ela declarou: "Meu companheiro é graduado e pós-graduado. Eu também sou acadêmica. Minhas filhas, que foram geradas no sistema prisional, são acadêmicas também. Nós temos uma bandeira, nós temos uma causa".

ONG atuava com coletes e armas:

De acordo com a colunista Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, a investigação revelou que o PCC planejava manifestações que iam além de reivindicações pacíficas. A operação apreendeu armas, coletes balísticos e radiocomunicadores.

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Fonte: Metrópoles

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