Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) colidiram no ar durante um exercício de treinamento na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga, interior de São Paulo, na tarde de sexta-feira (1º). Apesar da gravidade do acidente, ambos os pilotos conseguiram se ejetar com segurança e não houve vítimas. Este é o segundo acidente envolvendo aeronaves da FAB em menos de dez dias, seguindo a queda de um caça perto da Base Aérea de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, em 22 de outubro, incidente no qual o piloto também se salvou graças ao sistema de ejeção.
Como os pilotos sobreviveram?
As duas aeronaves envolvidas na colisão eram Embraer T-27 Tucano, um modelo amplamente utilizado pela FAB para treinamento de cadetes. Após o impacto, uma das aeronaves conseguiu pousar em segurança, enquanto a outra, severamente danificada, foi direcionada pelo piloto para uma área desabitada antes da ejeção. Uma equipe de salvamento da FAB prontamente resgatou o piloto ejetado.
O que causou a colisão?
Investigações preliminares, conduzidas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), indicam que o leme de uma das aeronaves colidiu com a hélice da outra, causando danos significativos a ambas. A FAB informou, em nota oficial, que uma investigação completa será realizada para determinar as causas exatas do acidente e implementar medidas preventivas para evitar ocorrências semelhantes no futuro.
Aeronaves T-27 Tucano: Treinamento e Versatilidade
Os aviões T-27 Tucano são utilizados em missões de instrução, demonstrações aéreas, voos administrativos, manutenção operacional e formação de controladores de defesa aérea. Conhecido por sua excepcional manobrabilidade, o Tucano é empregado como aeronave de instrução por diversas forças aéreas ao redor do mundo, além do Brasil, segundo a FAB.
Sistema de Ejeção: Tecnologia Crucial para a Segurança dos Pilotos
O sistema de ejeção, que salvou a vida dos pilotos em ambos os acidentes recentes, comprovou sua eficácia mais uma vez. Este mecanismo, projetado para garantir a sobrevivência em situações críticas, funciona a partir da combinação de sistemas explosivo e balístico. O sistema explosivo impulsiona o assento para cima, enquanto o sistema balístico, por meio de foguetes laterais, garante a sustentação e o afastamento seguro da aeronave.
Valmar Gama, diretor de programas e tecnologia da Associação Brasileira de Segurança de Voo (Abravoo), explica que o objetivo do sistema de ejeção é projetar o piloto a uma distância segura da aeronave (cerca de 60 metros), evitando colisões com a estrutura em queda. “A ejeção funciona, inclusive, com o avião parado e ao nível do solo”, afirma Gama, destacando a confiabilidade do sistema.