O risco de ônibus serem incendiados em retaliação à proibição de cigarros nas unidades prisionais de Minas preocupa as forças de segurança do Estado. A possibilidade é tratada como “ameaça”, conforme consta em relatório elaborado pela Polícia Penal. A norma atinge 60 mil presos e está prevista para entrar em vigor dentro de 12 dias em cadeias menores e nos Centros de Remanejamento (Ceresp) e até o fim de agosto nas unidades de médio e grande portes.
Além do perigo que ronda motoristas e passageiros do transporte coletivo, o chamando plano de ação cita como “ameaças” o aumento do preço do cigarro nos presídios, movimentações de familiares de presos, interferências do Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Ordem dos Advogados (OAB) e o fato de 2024 ser ano eleitoral.
Outra preocupação é a existência de organizações criminosas dentro das cadeias, o que pode favorecer ocorrências internas. O documento ainda lista “fraquezas” previstas, como a implantação da medida a curto prazo e a existência de servidores que fazem uso do cigarro.
Apesar dos riscos, o documento aponta que a medida é viável. “A proposta apresentada mostra-se bastante eficaz”, informa o relatório da Polícia Penal.
O órgão demonstrou os benefícios da medida, capaz de ser implantada sem custos ao Estado. Dentre as principais, a redução de doenças provocadas pelo tabagismo. A eliminação de isqueiros nas unidades é outro ponto forte – já que evita o risco de incêndios –, além de barrar o cigarro como moeda de troca para outras drogas, como a temida K.