Após postagens de Musk, AGU defende regulamentação das redes sociais

O ministro da AGU, Jorge Messias, defendeu a medida em seu perfil no X, antigo Twitter; o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, defendeu em seu perfil no X, antigo Twitter, a necessidade de regulamentação das redes sociais. O comentário foi feito após Elon Musk desafiar publicamente as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STFAlexandre de Moraes. “É urgente regulamentar as redes sociais. Não podemos conviver em uma sociedade em que bilionários com domicílio no exterior tenham controle de redes sociais e se coloquem em condições de violar o Estado de Direito, descumprindo ordens judiciais e ameaçando nossas autoridades. A Paz Social é inegociável”, escreveu, sem citar o empresário.

Dono do X e da Tesla, Elon Musk fez uma série de postagens neste sábado (6) em que critica as determinações do ministro do STF. Em resposta a um “tweet” do dia 11 de janeiro em que Moraes elogiava a nomeação de Ricardo Lewandowski ao cargo de ministro da Justiça, Musk ameaçou fechar o escritório de sua empresa no país e citou censura. “Estamos levantando todas as restrições. Este juiz aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao X no Brasil. Como resultado, provavelmente perderemos todas as receitas no Brasil e teremos que fechar nosso escritório lá”, afirmou.

Além de Messias, o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, João Brant, também se manifestou na rede social, dizendo que a atitude de Elon Musk “evidencia seu desprezo pela justiça brasileira.” Para Brant, Musk “resolveu defender golpistas” e provavelmente está se antecipando ao descumprimento da resolução do TSE para as eleições 2024. O secretário disse que o governo brasileiro se reuniu com Musk no dia 12 de janeiro de 2023 e que, nessa ocasião, o empresário fez questionamentos sobre as decisões de Moraes. “Reforçamos naquele momento a importância das ações do TSE e STF em proteger a democracia brasileira. Mas evidentemente isso não era, e segue não sendo, relevante para o bilionário dono desta plataforma, revelou. Já Moraes e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido pelo ministro, ainda não se pronunciaram.

O projeto de lei que regulamenta as notícias falsas nas redes sociais, o chamado PL das Fake News, está parado no Congresso desde quando a votação foi derrubada. Empresas big techs lideraram uma operação de pressão e lobby para derrubar a proposta da pauta do Legislativo. Agora, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda outras medidas, como a taxação das big techs para projetos específicos.

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