Bancada do agro aguarda explicações do MEC sobre Enem

Ministro é esperado na Câmara para esclarecer questões negativas sobre setor na prova

A bancada do agronegócio no Congresso Nacional aguarda esclarecimentos do Ministério da Educação sobre as questões do Enem que discriminam o agronegócio e fazem abordagem de cunho negativo, como associação com desmatamento na Amazônia, “chuva de veneno”, cerco aos camponeses, degradação do solo, entre outras. As informações esperadas do ministro da Educação, Camilo Santana, incluem respostas a perguntas como:

  • Qual é a posição oficial do Ministério da Educação em relação à politização das questões do Enem?

  • Qual é o processo exato de formulação e revisão das questões?

  • Por que foram utilizadas referências com vertentes políticas e sem dados concretos?

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  • De que forma o Ministério da Educação planeja promover um diálogo construtivo com representantes do setor agropecuário?

Os esclarecimentos do governo federal são fundamentais diante da clara orientação ideológica dos conteúdos apresentados na prova do Enem no fim de semana. Mais do que isso, é preciso compreender a educação como um pilar fundamental e priorizá-la na agenda pública a partir de uma participação mais ativa também da bancada do agro no Congresso. Um passo importante foi dado nesta direção: a Frente Parlamentar da Agropecuária deverá criar uma Comissão Educacional para se envolver em temas do calendário educacional, que vão desde regimentos, editais de material didático até leis. A sugestão de criar essa comissão veio da Associação De Olho no Material Escolar.

Em conversa com a Leticia Jacintho, presidente da associação, ela bem lembrou: “O Enem é uma consequência do material didático usado nas escolas”. Um estudo da FIA/USP apontou que 96,3% do material sobre o agronegócio que foi analisado nos livros didáticos não tem fonte científica, são autorais, jornalísticos e majoritariamente com menção negativa ao setor.  Ou seja, o que vimos nas questões do Enem é só a pontinha de um grande iceberg. As escolas estão cheias de livros com poucos dados e muita opinião. Ainda hoje, na Câmara, é esperado que comissões, como a de Agricultura, votem o requerimento que convoca o ministro da Educação a ir até a Casa prestar esclarecimentos públicos sobre as questões da prova do Enem deste ano. No parlamento, na iniciativa privada, na sociedade civil, todos precisam se envolver mais ativamente no conteúdo que está sendo ensinado nas escolas.

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