PF desarticula organização criminosa em Minas Gerais, que deu prejuízo de mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos

Membros da mesma família receberam auxílio emergencial e ostentavam padrão de vida luxuoso.

A Polícia Federal, em parceria com a Receita Federal, deflagrou na manhã desta quarta-feira (7) a operação Receita de Família, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atua de forma familiar na prática de evasão de divisas, ocultação de patrimônio, sonegação fiscal e compra e venda de ouro e joias de forma ilegal em Minas Gerais.


Foram expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Belo Horizonte PF três mandados de prisão e 8 de busca e apreensão, sendo 7 em Belo Horizonte e Nova Lima e um no Espírito Santo, e ainda o sequestro de contas, veículos, imóveis e demais bens dos líderes da organização.

Continua após a publicidade


Os membros da organização criminosa estão entre os maiores devedores, pessoas físicas, da Receita Federal do Brasil em Minas Gerais. Suas dívidas ultrapassam a cifra de um bilhão de reais.

As investigações apontaram que o grupo ostentava um alto padrão de vida, com carros de luxo e casas em condomínios de bairros nobres da região metropolitana de BH.

Foto: Polícia Federal/Divulgação

No meio disso, a esposa do líder do bando e outros familiares também recebiam o auxílio emergencial do governo federal. Além dos três presos, 15 pessoas são investigadas por participação na quadrilha.

Continua após a publicidade

Esquema criminoso

O grupo atuava em vários ramos do mercado financeiro. O bando teve empresas no ramo de factoring e mineração, além de fazer transações ilegais de dólares.

“Eles usavam uma empresa de compra e venda ilegal de ouro e pedras preciosas e não pagavam as tributações da Receita Federal. Também usavam laranjas para abrir empresas de fachada", explicou o delegado Roger Lima de Moura, responsável pela investigação.

Continua após a publicidade

Segundo o delegado, os suspeitos já foram investigados pelos mesmos crimes e chegaram a ser condenados, há mais de 15 anos. "Alguns foram presos por receptação de ouro. Essa movimentação financeira era muito grande e sem uma origem, porque não tinham uma atividade lícita para isso”. 

Foto: Polícia Federal/Divulgação

Operação Receita da Família

 As prisões ocorreram em Belo Horizonte e Nova Lima. Outros oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo um deles em uma casa de praia no Espírito Santo. Ao todo, 56 policiais participaram da operação.

Continua após a publicidade


Os envolvidos responderão pelos crimes contra o sistema financeiro, evasão de divisas, ocultação de patrimônio, sonegação fiscal e compra e venda ilegal de ouro e joias, cujas penas somadas podem ultrapassar os 20 anos de prisão.


O nome da operação decorre da forma como as contas de parentes eram utilizadas por vários anos para perpetuar a prática criminosa e também para fugir do pagamento de impostos devidos à Receita Federal.

Siga o canal do Destak News e receba as principais notícias no seu Whatsapp!