A greve dos caminhoneiros, que continua por tempo indeterminado, já está refletindo em diversos setores da economia. Além do impacto no Porto de Santos, os protestos afetam entregas dos Correios. Segundo a Ecovias, na comparação com a última segunda (14) e terça-feira (15), o número de caminhões que passaram pelo Sistema Anchieta-Imigrantes caiu em torno de 60%.
A matéria continua após a publicidadeJá a Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA) alega que “respeita o pleito dos caminhoneiros”, mas “as paralisações impactam sobremaneira o Porto de Santos e a Baixada Santista”. Segundo a ABTRA, a interrupção da entrada e saída de cargas nas instalações portuárias pelo modal rodoviário “prejudicam o comércio exterior e a balança comercial brasileira”.
“O impacto no Porto de Santos é ainda maior, uma vez que 12 mil caminhões passam por esse complexo em dias de maior movimento”, esclarece a ABTRA. “A situação preocupa os empresários do setor, que tem dificuldades para honrar o pagamento de salários e recolhimento de impostos. Daí aguardarem do governo solução urgente para a questão”, completa.
De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo, desde terça-feira não se registra o acesso de veículos de carga às instalações do Porto de Santos. Com o comprometimento, houve redução nas operações de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais. “Já as operações de carga e descarga de navios ocorrem normalmente”, expõe.
Os caminhoneiros reivindicam diminuição do preço dos combustíveis e dos pedágios, além de tabela unitária de fretes e melhores condições de trabalho.
Os motoristas seguem reunidos nas duas margens do Porto, em Santos e em Guarujá. Na margem de Santos o movimento atua no acesso de entrada às instalações do complexo portuário, na rotatória da Alemoa, situada na Avenida Augusto Barata, conhecida como Retão da Alemoa, e na saída da Rua Cristiano Otoni, no Valongo.
Na margem de Guarujá a manifestação acontece na Rua Idalino Piñez, conhecida como Rua do Adubo, com interdição do tráfego em virtude de carreta quebrada no local.
Correios
Em nota, os Correios informaram que, devido ao impacto da paralisação, as postagens com dia e hora marcados (SEDEX 10, 12 e HOJE) estão temporariamente suspensas.
“Tendo em vista comprometer a distribuição, também haverá o acréscimo de dias no prazo de entrega dos serviços SEDEX e PAC, bem como das correspondências enquanto perdurarem os efeitos desta greve”, diz a nota.
A empresa entrega, mensalmente, cerca de meio bilhão de objetos postais, dentre eles, 25 milhões de encomendas. São mais de 25 mil veículos, 1.500 linhas terrestres e 11 linhas aéreas que circulam pelo país de norte a sul.
“Tão logo a situação do tráfego nas rodovias retorne à normalidade, a empresa reforçará os processos operacionais para minimizar os impactos à população”, finaliza.
Estivadores
Na manhã de ontem, diretores e trabalhadores das categorias dos estivadores e dos trabalhadores portuários participaram momentaneamente do protesto dos caminhoneiros.
“Vim aqui não apenas em solidariedade ao justo movimento de vocês, mas também como forma de gratidão. Em todas as nossas campanhas reivindicatórias e greves, sempre tivemos apoio dos caminhoneiros”, disse o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, Rodnei Oliveira da Silva, o Nei.
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