Ex-governador de São Paulo deixou o PSDB em meio às negociações para ser candidato a vice-presidente da República em chapa com Lula, do PT
O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se filiou ao PSB em um ato recheado de discursos que reforçaram a presença dele na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República nas eleições de outubro. O evento aconteceu em Brasília (DF), nesta quarta-feira (23).
A união entre os dois para que Alckmin concorra ao cargo de vice-presidente ainda não foi oficializada, mas há a expectativa de que seja confirmada no mês de abril. O paulista deixou o PSDB em dezembro de 2021 após 33 anos no partido em meio ao início das negociações com o PT.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), indicou a possível confirmação da chapa de Lula e Alckmin ao afirmar que a experiência do paulista será fundamental para a vitória nas eleições.
“O partido está unido em torno da candidatura do ex-presidente Lula e o partido está unido em torno de pessoas, desde os mais humildes até todos os nosso governadores, os nossos próximos governadores, estamos unidos em reconstruir o Brasil”, disse.
“Eu não tenho dúvida que sua experiencia vai nos ajudar muito a conseguir fazer o que precisa ser feito de imediato, que é vencer essas eleições e a reconstruir esse Brasil”, acrescentou Câmara, em discurso voltado a Alckmin.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, destacou a necessidade de união de partidos para avançar no projeto presidencial. Ele citou especificamente o PT e o PCdoB, que têm relação com o PSB, e também o PDT, que já lançou a pré-candidatura do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, à Presidência da República. Caso seja mantido na disputa, Ciro será adversário de Lula no primeiro turno.
“As forças progressistas, o PT, PSB, PCdoB, PDT, todas as forças progressistas terão e estão tendo a largueza, a compressão, começando pelo nosso partido, de estar à altura que o momento político exige. Estar à altura significa dizer e reconhecer que nós não somos forças suficientes para ganhar a eleição presidencial. Que nós precisamos alargar os horizontes, alargar o espectro político, que nós precisamos agregar força”, declarou.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também esteve presente junto com integrantes do partido no Congresso Nacional. Gleisi também destacou a união com o PSB em uma possível chapa de Lula.
“O PT e PSB têm uma trajetória comum na luta pela democracia e na construção de um país melhor e mais justo para a imensa maioria do povo brasileiro. Nós estivemos juntos no governo, na oposição, na defesa da democracia, na defesa dos trabalhadores e da soberania nacional. Juntos, fizemos história nesse país, e juntos vamos fazer história novamente em torno da candidatura do presidente Lula”, disse Gleisi.
PSB filia nomes para eleições no Maranhão e Santa Catarina
Além de Alckmin, o PSB filiou mais 15 pessoas, sendo dois nomes que devem entrar em disputas estaduais. São eles o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, que saiu do PSDB, e o senador Dario Berger, de Santa Catarina, que deixou o MDB.
Brandão foi confirmado como pré-candidato ao governo do Maranhão com o apoio do atual governador Flávio Dino, também do PSB. Dino está no final do segundo mandato e, pela regra eleitoral, não pode disputar uma nova reeleição. Ele deve concorrer ao Senado.
Berger está no último ano de mandato como senador e entra no PSB para concorrer ao governo de Santa Catarina com apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Antes do MDB, ele foi filiado ao PSDB entre 2003 e 2007, o que o faz seguir caminho partidário semelhante a Alckmin.
A ex-BBB e influenciadora digital Ariadna Arantes também se filiou para concorrer a deputada federal por São Paulo.