Sindicato denuncia tortura em curso para policiais penais em Belo Horizonte

Após a repercussão do vídeo que mostra um PM recebendo um tapa no rosto no curso da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas), em Belo Horizonte, policiais penais também denunciaram abusos e agressões. Em imagens divulgadas por alunos do treinamento para o Cope (Comando de Operações Policiais Especiais), realizado neste mês na Grande BH, é possível ver vários ferimentos e hematomas.

Procurada pelo BHAZ, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), responsável pelo treinamento, afirmou que já tomou conhecimento das denúncias e que “irá apurar a veracidade das informações” (leia abaixo).

O curso começou no dia 3 de janeiro e é voltado para profissionais que já fazem parte dos quadros da Polícia Penal de Minas Gerais e querem atuar no Cope. O comando trabalha com situações adversas do sistema prisional, como escolta de presos de alta periculosidade, motim diversos, escolta aérea e rebelião.

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Participantes denunciam agressões com corda e vara de bambu (Sindppen/Divulgação)

Segundo o diretor do Sindppen (Sindicato de Policiais Penais de Minas Gerais), Patrick Castro, 125 profissionais iniciaram o curso, mas agora apenas 19 seguem no treinamento. O curso tem 40 vagas. “A intenção desses cursos é de eliminação, mas da forma que está sendo, muitos colegas estão saindo do curso pela questão vexatória que estão passando. Muitos colegas antigos do sistema prisional não estão aceitando esse tipo de situação”, conta o diretor.

Dentre as denúncias, há agressões com corda, vara de bambu e xingamentos constantes.

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Covid-19

De acordo com o diretor do sindicado, não foi realizado nenhum teste de Covid-19 no início do curso e houve cerca de 40 desligamentos logo no primeiro dia, dentre eles participantes que se encontravam com sintomas gripais. Ele também denuncia eliminações sem motivo.

Policiais denunciam agressões e tratamento vexatório no treinamento (Sindppen/Divulgação)

“Desde o início do curso a gente já está tendo denúncia a respeito da questão de eliminação, a questão que não fizeram teste de Covid, e agora durante essa semana vieram essas imagens, onde deu a repercussão maior, porque está chegando ao ponto de agredir os candidatos que estão no curso”, relata Castro.

Segundo o Sindppen, os candidatos desembolsaram cerca de R$ 7 mil para participar do treinamento, entre testes de Covid e compra de fardamento específico. O curso chegou a ser suspenso na semana passada por conta de casos do novo coronavírus. Os participantes se alimentam, bebem e dormem nos mesmos locais.

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Nada fala que tem que fazer essa flexão de punho fechado’, diz dirigente do sindicado (Sindppen/Divulgação)

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