ALMG aprova congelamento do IPVA, mas decisão da Justiça suspende votação

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, nesta quarta-feira (15), o projeto de lei do deputado Bruno Engler (PRTB) que congela a base de cálculo a níveis de 2020. Dessa forma, o contribuinte pagaria em janeiro de 2022 o mesmo valor do imposto que pagou em janeiro de 2021. No entanto, uma decisão judicial suspendeu o resultado da votação. O projeto foi aprovado por 55 votos. Não houve voto contrário ou em branco. O calendário de pagamento do IPVA 2022 ainda não foi divulgado pelo governo de Minas.   A matéria continua após a publicidade Link para baixar o aplicativo A ALMG decidiu prosseguir com a votação da proposta mesmo após a decisão liminar da Justiça em primeira instância que determinou que o resultado da votação ficará suspenso até que os deputados analisarem o projeto que autoriza Minas Gerais a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal.  Após a votação, o presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PV), disse que a intenção é enviar o projeto para a sanção do governador Romeu Zema (Novo) ainda nesta quarta-feira (15). A ALMG não foi notificada oficialmente da decisão antes da votação, que ocorreu por volta das 13h. A notificação ocorreu apenas às 13h21h.  A expectativa é que agora a Casa recorra da decisão.

Ação do governo do Estado

A decisão judicial ocorreu no âmbito de uma ação do governo Zema que pediu que sejam anulados os atos do presidente da Casa, Agostinho Patrus (PV), que permitiram votar o projeto do IPVA na frente do Regime de Recuperação Fiscal, que está trancando a pauta. O deputado Guilherme da Cunha (Novo), que também entrou com uma ação na Justiça nos mesmos moldes da do governo Zema, disse que seu objetivo era que a Constituição fosse respeitada e que, além do projeto do IPVA, fosse votado também o Regime de Recuperação Fiscal. "Infelizmente, mesmo com a decisão judicial da qual o presidente da Assembleia estava plenamente ciente porque foi lida por mim para ele em plenário, a decisão foi de ignorar a existência da decisão, fazer votação, que pela decisão estaria suspensa, sem votar o regime de recuperação fiscal. É muito grave", disse. "A decisão do presidente da Assembleia junto com cinco deputados que são líderes fez com que a Constituição do Estado fosse ignorada", afirmou Da Cunha. A decisão liminar de primeira instância vai no sentido oposto do que afirmou o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Em ofício enviado à ALMG, Gilson Lemes declarou que o rito de votação é uma questão interna do Legislativo, fora da competência do TJMG. “Cumpre-me ressalvar que se trata de matéria interna corporis do parlamento, escapando à competência deste Tribunal de Justiça a sua valoração”, declarou o presidente do tribunal. Apesar da sinalização positiva em relação ao pleito da Assembleia Legislativa, o TJMG não emitiu uma decisão judicial, seja no âmbito da ação de Guilherme da Cunha ou em um eventual recurso da ALMG. O deputado Cássio Soares (PSD) considerou a ação do governo como incoerente. “Se o governador manda um projeto para tentar beneficiar a população com uma redução dos valores cobrados no IPVA 2022, a Assembleia está levando adiante a proposta do governo. Não tem sentido algum o governo propor e depois entrar na Justiça”, afirmou ele, que é líder do bloco independente. Na segunda-feira (13), Zema enviou um projeto de lei em que propunha que o IPVA fosse corrigido pela inflação (10,67%) e não pela variação cheia da tabela Fipe, que em média é de 22,81%. Porém, o projeto de Zema foi anexado ao projeto de Bruno Engler, que foi o texto votado e aprovado e que não prevê qualquer correção da base de cálculo do IPVA, nem pela inflação. O autor do projeto, deputado Bruno Engler (PRTB), criticou a decisão do governo de judicializar a tramitação de um projeto similar ao que enviou. "A avaliação é que é profundamente lamentável o governo tentar derrubar o andamento da Assembleia por via judicial. O mesmo governo que publicou em suas redes sociais que estava mandando um projeto para segurar o aumento do IPVA e cobrando que a Assembleia votasse esse projeto", afirmou. A ALMG foi notificada da decisão às 13h21.

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