Alexandre Siciliano, cirurgião e diretor médico do Hospital Pró-Cardíaco, explica que a unidade já realiza o procedimento para coração e rins - todos da alta complexidade. No caso do pulmão, especificamente, um time técnico formado por pneumologistas, cardiologistas, infectologistas, anestesistas, intensivistas, imunologistas, além de cirurgiões torácicos e cardiovasculares estarão à frente desses procedimentos a partir de agora.
O Hospital Pró-Cardíaco é capacitado para atuar com esse tipo de transplante, uma vez que conta com equipe técnica experiente, além de tecnologia de ponta para qualquer procedimento da alta complexidade. O procedimento é indicado para casos graves de problemas no órgão, quando são esgotadas outras possibilidades de tratamento e exige expertise técnica em todas as etapas do processo.
“Além da equipe médica, um time transdisciplinar de profissionais da psicologia, fisioterapia, nutrição, fonoaudiologia e de enfermagem vem se reunindo ao longo dos últimos dois anos para construir processos de cuidados específicos e treinamentos dos profissionais esses pacientes. A assistência segura, integral e focada na demanda norteia os times para que um cuidado de alta qualidade e elevada experiência seja o foco dessa construção”, diz Siciliano.
O diretor informa ainda que a expertise do Pró-Cardíaco nessa área já acumula 18 procedimentos de transplantes cardíacos realizados, incluindo três pacientes submetidos ao de coração e rim combinados (duplo), desde que foi credenciado para atuar com essa área médica.
“ A sobrevivência ao longo do tempo desses pacientes tem sido superior à média nacional e reportada pelo registro voluntário da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) e muitos pacientes necessitam de suporte circulatório mecânico como ponte para transplante devido à gravidade da situação clínica em que, inicialmente, se apresentam para as equipes”, informa o especialista.
Situações em que o transplante de pulmão é recomendado:
As doenças mais comuns que são indicadas, em geral, pertencem algumas dessas categorias listadas a seguir:
- A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), a exemplo do enfisema pulmonar e a bronquiolite constrictiva;
- Problemas restritivos pulmonares como a fibrose pulmonar idiopática (FPI), como principal representante desta categoria, mas que inclui diversas outras apresentações como as fibroses pulmonares decorrentes de outras causas;
- Doenças intersticiais relacionadas à colagenoses, a sarcoidose, a histiocitose X, a linfangioleiomiomatose LAM), entre outras;
- Questões supurativas pulmonares: em que se encontram os pacientes com fibrose cística e/ou bronquiectasias não associadas à fibrose cística;
- As doenças que comprometem a vascular pulmonar. A Hipertensão arterial pulmonar idiopática é a principal doença desta categoria, que inclui também a síndrome de Eisenmenger, a hipertensão pulmonar tromboembólica (quando não passível de cirurgia para tromboendarterectomia pulmonar e a doença veno-oclusiva.