Wellington Magalhães pode ter mandato suspenso, mas continuará recebendo salário

A Câmara Municipal de Belo Horizonte aguarda a notificação oficial de que o vereador Wellington Magalhães (PSDC) está foragido para dar início ao processo de suspensão do mandato do político investigado na operação “Sordidum Publicae”. Assim que o Judiciário fizer o comunicado, o mandato deverá ser suspenso em 48 horas. A matéria continua após a publicidade Quem deve assumir o cargo é o suplente Dimas da Ambulância (PTN), que já havia substituído Wellington Magalhães no ano passado, quando a Justiça impôs o afastamento do vereador investigado. Em abril, o vereador do PSDC retomou o posto. Mesmo com o afastamento, o vereador foragido continuará recebendo salário mensal de R$ 16 mil, valor que só deixaria de ser pago com a perda do mandato. Magalhães só poderá perder o cargo caso haja uma condenação em trânsito julgado – quando não há mais chance de recursos – ou sofra um processo de cassação no legislativo municipal. Já os funcionários do gabinete dele deixarão de trabalhar na Câmara assim que houver a oficialização do afastamento, pois deverão dar espaço para a equipe de Dimas da Ambulância. De acordo com o vereador Henrique Braga (PSDB), presidente da Câmara, os parlamentares da casa ainda não debateram a situação de Magalhães pois a notificação da Justiça ainda não chegou. “Não conversamos nada porque tudo o que soubemos veio da imprensa. Como a investigação corre com segredo de Justiça, temos que esperar que o Judiciário nos comunique sobre a situação”, afirmou o parlamentar. Braga relembra ainda que, em dezembro de 2016, quando Magalhães foi afastado, assumiu a presidência da Câmara e logo suspendeu o contrato de publicidade, que já era alvo de investigação por parte do Ministério Público de Minas Gerais. Segundo ele, um grupo de vereadores passou o ano de 2017 estudando a melhor forma de realizar um novo contrato com uma empresa de publicidade. Assim, o valor foi reduzido de R$ 20 milhões para R$ 3 milhões. “No meu mandato, com esse novo valor, dá e sobra para fazer a publicidade”, disse Braga. Irregularidades No quarto mandato, o vereador Wellington Magalhães é apontado como suposto líder da organização criminosa que teria lesado os cofres públicos em R$ 30 milhões, por meio de um processo de licitação referente a um contrato de publicidade repleto de irregularidades, quando ele era presidente da Câmara. Segundo o Ministério Público, o parlamentar teria acumulado patrimônio de R$ 4,6 milhões, que inclui mansões, carros importados e um padrão de vida e de gastos incompatíveis com o único vencimento declarado. Na quarta-feira (18), seis pessoas foram presas por suposto envolvimento no esquema. Wellington e um assessor do político continuam foragidos. A reportagem não conseguiu falar com o advogado de Wellington Magalhães, Leonardo Salles.

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