Desembargadora de Goiás manda soltar dois presos em ação da PF que teve como alvo José Eliton

A desembargadora Maria do Carmo Cardoso concedeu habeas corpus, na noite deste sábado (30), a dois dos cinco presos na Operação Decantação 2. Conforme o documento, os investigados Luiz Alberto de Oliveira, ex-chefe de gabinete do ex-governador Marconi Perillo, e Gisella Silva de Oliveira Albuquerque, filha dele, devem ser colocados em liberdade. Na data em que foram presos, a Polícia Federal encontrou com eles total de R$ 2,3 milhões, em Goiânia.

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O advogado Pedro Márcio Siqueira, que representa pai e filha, havia dito à TV Anhanguera, por telefone, que todo o dinheiro encontrado com os clientes – R$ 2,3 milhões – é de origem lícita, declarado no Imposto de Renda e referente à compra de um apartamento. Sobre as armas achadas, ele afirmou que todas são devidamente registradas.

Além deles, o ex-diretor de gestão corporativa da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) Robson Salazar, que também estava preso, conseguiu liberdade e foi solto neste sábado. Os outros detidos na Operação, Carlos Eduardo Pereira da Costa e Nilvane Tomás de Sousa Costa, ambos sócios da empresa Sanefer, tiveram pedido de liberdade negado.

Os advogados Romero Ferraz Filho e Luís Alexandre Rassi, que representam Robson Borges Salazar, qua já foi solto, informaram, em nota, que consideram a prisão desnecessária e que a defesa prévia dele foi feita há quase um ano, mas nunca apreciada.

João Carlos Tomás, Tatiana Nolasco, Daniella Campos e Rodrigo Rizzo, que representam a defesa de Carlos Eduardo Pereira da Costa e Nilvane Tomás de Sousa Costa, disseram que "por breve análise dos autos a prisão se mostra ilegal, pois carente dos requisitos legais, assim como, tendo em vista a inocência dos acusados".

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[caption id="attachment_35662" align="alignnone" width="1000"] Ex-governador de Goiás José Eliton saindo da Polícia Federal em Goiânia — Foto: Wildes Barbosa/OPopular[/caption]
A operação, deflagrada pela Polícia Federal na quinta-feira (28) apura desvio de verbas da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). As equipes também cumpriram oito mandados de busca, sendo um deles no apartamento do ex-governador de Goiás, José Eliton (PSDB).
Após prestar depoimento à Polícia Federal, o político fez uma declaração à imprensa e negou ter feito qualquer pagamento indevido às empresas investigadas. De acordo com o político, todos os voos que fez durante campanha política, que foram apontados pela investigação como “contrapartida” por favorecimento de uma empresa nos pagamentos, na verdade foram legais.
A Saneago informou, em nota, que "a atual gestão da empresa tem priorizado a implantação das melhores práticas de governança, para garantir a lisura em todos os processos da companhia, como a criação da Superintendência de Governança". A Saneago completou que "permanece prestando toda a colaboração necessária às investigações".
[caption id="attachment_35663" align="alignnone" width="1000"] Sede da Companhia de Saneamento de Goiás no Jardim Goiás em Goiânia — Foto: Assessoria de Imprensa da Saneago/Divulgação[/caption]

Investigação

As investigações constaram que três empresas, de um único dono, foram beneficiadas em contratos com a Saneago, mesmo com "impedimentos fiscais e não sendo especialistas na prestação dos serviços demandados, o que indica direcionamento de licitação".
De acordo com a Polícia Federal, empresários, dirigentes e agentes públicos são investigados pelos desvios. As buscas foram feitas, conforme a polícia, em endereços de investigados e pessoas ligadas ao ex-governador, em Goiânia e Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
Durante as buscas, os policiais acharam uma mala com cerca de R$ 1,3 milhão e armas na casa de Gisella. Ela é filha de Luiz Alberto, ex-chefe de gabinete do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que renunciou ao cargo para concorrer às eleições de 2017. No carro de Luiz Alberto, os policiais encontraram R$ 1 milhão.
Conforme a PF, os envolvidos devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, fraudes em processos licitatórios e lavagem de dinheiro.

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