Zema diz que fará 'o possível e o impossível' para honrar dívida com a PM

Após protestos pelo atraso do pagamento do 13º salário e insatisfação com o parcelamento da remuneração, o governador Romeu Zema (Novo) disse que fará “o possível e o impossível” para “honrar tudo aquilo que o Estado” deve aos servidores. Na manhã desta quinta-feira (17), o governador participou da troca do comando geral da Polícia Militar de Minas Gerais, no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte.
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“Quero deixar muito claro que tenho especial noção da apreensão de vocês com relação aos pagamentos. A atual situação do Estado não nos tem permitido fazer diferente”, afirmou para os militares, em resposta à manifestação contra o atraso dos provimentos.
O governador, que herdou a dívida da gestão anterior de Fernando Pimentel (PT), disse ainda que está fazendo o levantamento das contas de Minas em um cenário de crise, e ressaltou que o resultado será revelado à população “com total transparência”. Esse é o terceiro compromisso público de Zema desde que assumiu o Estado.
Troca de comando
Empossado, o novo comandante-geral da corporação, coronel Giovanne Gomes da Silva, adotou um discurso duro com relação à interrupção do serviço militar por protestos. “Não é dado o direito de greve ou paralisações, sob pena de ser instalado o caos social”, disse no discurso.
No entanto, em conversa com a imprensa, Silva destacou que a PM respeitará paralisações e greves dos demais segmentos da sociedade dentro da legalidade. “Se esse limite for rompido, a Polícia Militar vai exercer seu direito de polícia dentro de um protocolo internacional já consolidado”, disse.
Violência
O militar ressaltou, também, que irá trabalhar para melhorar a sensação de segurança pública e combater o crime organizado no Estado. Ao ser questionado sobre a situação de matar bandidos armados, polêmica gerada no Rio de Janeiro com Wilson Witzel, o comandante-geral reforçou: “a letalidade não é nosso desejo. Ela só existe após passarmos por todos os caminhos do uso progressivo da força. Mas se acontecer, estará amparada por leis e pelas nossas doutrinas e regulamentos”.
Previdência
A aposentadoria e a previdência dos servidores militares de Minas também foram pontos abordados tanto pelo ex-responsável pela PM, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, quanto pelo atual comandante-geral, Giovanne Silva, nos discursos. Em um cenário em que o governo de Jair Bolsonaro pretende aprovar a reforma da Previdência nacionalmente, os militares pediram que o governador Romeu Zema tenha cuidado ao fazer alterações no plano da corporação, que é diferente dos demais.
Silva considerou o Instituto de Previdência da polícia e o Hospital Militar como “patrimônios intocáveis”. “Somos uma instituição militar, por isso, alguns direitos das outras classes não nos são peculiares, temos também alguns regimes diferenciados”, disse. O coronel Figueiró, que agora passou à reserva da polícia, pediu ao governador que tenha “cuidado com a instituição, especialmente com a estrutura de previdência”.
Ele solicitou que Zema tenha proximidade e confiança no comandante substituto, para que a Polícia Militar seja um “sustentáculo da governabilidade” do atual chefe de Estado mineiro.
“Desejo sucesso, mas peço, sabendo das dificuldades, da parcimônia e da austeridade com que o Estado será conduzido, para que ele retome sua saúde financeira: precisamos que nossos valores e nossas estruturas, que nos sustentam, sejam mantidas e reconhecidas, e aqui, em destaque, a nossa situação previdenciária e nosso Instituto de Previdência”, sinalizou. O governador não se manifestou sobre o assunto.
Currículo
Após dois anos à frente da Polícia Militar, o coronel Helbert Figueiró de Lourdes passa o comando-geral da corporação para o coronel Giovanne Gomes da Silva, de 47 anos. O oficial belo-horizontino entrou na corporação em 1989, é bacharel em direito e foi chefe da 4ª Seção do Estado Maior do Comando de Policiamento da Capital (CPC). Além disso, ele também geriu o batalhão das Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) e o policiamento especializado da PMMG.

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