Marcelo Aro favoreceu a si próprio ao distribuir verbas, diz Machado

Após reassumir a presidência nacional do PHS, Eduardo Machado criticou a forma de distribuição do Fundo Eleitoral do partido feita pelo deputado federal mineiro Marcelo Aro, conforme publicado no jornal O Tempo, nesta sexta-feira (28). A matéria continua após a publicidade O parlamentar foi afastado da direção da legenda por meio de uma liminar judicial concedida na última segunda-feira. Machado denunciou que, além de destinar valores “completamente desproporcionais” para sua própria candidatura à reeleição, Aro ainda teria beneficiado familiares e pessoas próximas dele até mesmo em outros partidos. O novo comandante do PHS afirmou ainda que há fortes indícios de candidatos-laranja usados para desviar verbas do partido por meio dos diretórios estaduais de Goiás e Minas e do Distrito Federal. [playlist ids="22785"] Segundo Machado, Marcelo Aro foi o candidato que recebeu o maior valor de repasse da verba destinada ao financiamento público de campanha do PHS. Para disputar a reeleição, o deputado teve doações que chegaram a R$ 1,5 milhão, do total de R$ 18,7 milhões a que o partido tem direito. O deputado mineiro recebeu mais do que o governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PHS), que tenta a reeleição e lidera as pesquisas e cuja campanha ficou com apenas R$ 1 milhão. Candidatos ao Senado do PHS com chances reais de vitória também receberam menos dinheiro que Aro. Em Minas, o repasse para Carlos Viana (PHS) foi de R$ 200 mil. Já a candidata ao Senado pelo Rio Grande do Norte, Zenaide Maia, recebeu R$ 550 mil. Ambos são os favoritos para ocupar a segunda vaga no Senado em seus respectivos Estados. “O Marcelo Aro perdeu os votos de praticamente todo o eleitorado que o elegeu em 2014. Aqueles eleitores ficaram decepcionados com atuação dele no Congresso, defendendo corruptos. Agora, ele tenta se reeleger com a força do dinheiro, usando recursos públicos que foram destinados ao partido”, afirmou o presidente do PHS. Eduardo Machado vai além e disse que Aro destinou recursos do PHS para o PRP para beneficiar a candidatura do pai dele, Zé Guilherme (PRP), que tenta uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PHS doou R$ 500 mil para o PRP nacional. “Esse dinheiro é uma forma de Aro tirar recursos do PHS para apoiar a candidatura do pai dele, que é de outro partido, prejudicando os demais candidatos do PHS”, disse. Mais denúncias. Porém, a maior preocupação do presidente do PHS é com um possível desvio de recursos da legenda por meio de candidatos-laranja. O diretório estadual de Goiás recebeu R$ 2,6 milhões mesmo sem ter nenhum deputado federal ou estadual com mandato pelo PHS. O repasse só é menor do que o do diretório de Minas, com R$ 3 milhões. Já a direção do partido no Distrito Federal recebeu R$ 2,5 milhões e conta apenas com um deputado estadual com mandato. “A suspeita é que ele, juntamente com outros membros do partido em Goiás e em Brasília, vai lavar esse dinheiro do PHS, com candidaturas-laranja, para uso em benefício próprio”, concluiu. O presidente PHS afirmou que a denúncia das irregularidades será apresentada ao Ministério Público. Outro lado Silêncio. O deputado federal Marcelo Aro foi procurado para se manifestar sobre as acusações do atual presidente do PHS, Eduardo Machado, mas não retornou aos contatos da reportagem do jornal O Tempo.

Partido pode até expulsar deputado

O presidente do PHS, Eduardo Machado, afirmou que vai convocar a executiva nacional do partido nos próximos dias e colocar em votação um processo de expulsão do deputado federal Marcelo Aro da legenda. “Nós não podemos ficar com um quadro desses no partido. Ele tomou a direção do PHS falsificando minha assinatura. Em nove meses de gestão à frente do partido, já sumiu com R$ 90 milhões do PHS”, afirmou. Machado retomou o controle do PHS na última segunda-feira, depois de conseguir uma liminar na Justiça que anulou o processo que escolheu Marcelo Aro para dirigir a sigla nacionalmente. Na ação proposta por Eduardo Machado, ele anexou um laudo que aponta que suas assinaturas nos documentos que referendaram a troca de comando do partido, no início deste ano, foram falsificadas. Ele acusa Marcelo Aro pela manobra.

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