Centro de São Vicente no Litoral Paulista é um dos bairros mais movimentados da Cidade e conhecido por abrigar diversas lojas e comércios, em sua maioria populares. Para onde se olha, há ofertas chamativas, tentando vender todo tipo de produto. Mas, desde o começo do mês, uma "oferta" em especial tem chamado a atenção de quem passa pela região.
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A "placa" é simples, uma cartolina escrita com canetinha e lápis de cor. A "loja", na verdade, são ruas do bairro. Os "comerciantes" são, na realidade, um casal de jovens noivos. E a negociação é, no fundo, uma troca: compre um bombom e ajude a realizar um sonho.
Matheus Moreira tem 22 anos. Já Sarah Cristina, 18. Ambos são cristãos, e há três se conheceram na igreja que frequentam. Mantiveram contato desde então, até que, este ano, decidiram dar um passo além.
A gente começou a noivar. Na verdade, é como se fosse um namoro. Mas pelo fato de sermos cristãos, existe essa exigência, que a gente se case", afirmou ele. Mas a ideia do casamento não era tão fácil assim de se tornar realidade. Afinal, é um plano que tem seu custo.
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Foto: Arquivo pessoal/Redes Sociais[/caption]
Sarah ainda está terminando o Ensino Médio, e por enquanto mora com a mãe, em uma comunidade próxima ao bairro Jardim Guassu. Já Matheus foi mais um dos afetados pela crise econômica, e desde o começo do ano está sem emprego. "Já fiz de tudo, viu. Trabalhei como copeiro, sushiman, auxiliar administrativo, recursos humanos, serviços gerais... várias coisas", declarou ele.
Sem dinheiro para pagar o aluguel do lugar onde vivia, sozinho, Matheus contou com uma grande ajuda que veio na hora certa. "Com a ajuda do pastor, consegui ir morar na igreja, em um quarto que tem lá". Para se manter, ele tomou uma decisão. "Eu vendo coisas no semáforo. Isso está me ajudando bastante, consigo me manter.
Mas o casal não desistiu do sonho por conta dos obstáculos. E um exemplo que veio de dentro da própria igreja os ajudou a descobrir o que fazer.
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Foto: Rogério Soares/AT[/caption]
"Decidimos fazer isso (a venda do bombom) nos espelhando no exemplo de um casal Clayton Roberto da Silva Custódio e Ingrid Costa Fernandes, que eu conheço porque ele também é cristão. Eles também vendiam bombons. A única diferença é que eles vendiam em quiosques, portas de cinema, e nós vendemos no semáforo, para os carros, as pessoas que passam. Conversei com ele e adotei a ideia", lembrou Matheus.
Os bombons são vendidos a R$ 2 cada. O objetivo deles é juntar dinheiro suficiente para conseguir fazer uma cerimônia num bufê e na igreja, no mesmo dia do casamento no civil, que já tem data marcada: 17 de novembro.
Além disso, parte do dinheiro está sendo usada para a construção de uma casa, dentro de um terreno que é da mãe de Matheus. "Ainda não está pronta (a casa), mas Deus está abençoando", disse ele.
Redes sociais
A história tem sido postada em alguns grupos e páginas da região, nas redes sociais, e está comovendo milhares de pessoas, que curtiram e comentaram as publicações. Algumas pessoas têm se oferecido para ajudar o casal e tornar seu sonho uma realidade. Uma empresária da região, por exemplo, ofereceu a Sarah um "dia da noiva" completo. Após a mobilização, ela também ainda conseguiu um vestido para o grande dia. Mas toda ajuda é muito bem-vinda para eles, pois "casando sem a casa não tem como", como disse o noivo. Por isso, qualquer pessoa que puder ajudar o casal a concluir a obra de seu novo lar, ou de qualquer outra forma, pode entrar em contato diretamente com Matheus pelo seu perfil no
Facebook ou ainda pelo e-mail:
moreira24000@gmail.com
Apesar de todas as limitações, Matheus e Sarah dizem que estão felizes e agradecido pela repercussão do caso.
Mas, para Matheus, o mais importante o casal já tem. "Eu amo Sarah, e tenho certeza que ela me ama. O resto, Deus vai prover", terminou.
