Cuidador investigado por suposta fraude em testamento de idoso é preso em Juiz de Fora

O cuidador de idosos Carlos César Viana, foi preso nesta sexta-feira (3), em Juiz de Fora. Na quinta-feira (2), a jornalista Denise Zaghetto, de 52 anos, também tinha sido presa. Os dois são investigados pela Polícia Civil por possível estelionato contra o advogado aposentado, Simeão Cruz.

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A informação da prisão de Viana foi confirmada nesta tarde pela Polícia Militar (PM). Ele foi levado para a delegacia de Polícia Civil do Bairro Santa Terezinha.

Investigações da Polícia Civil apontam que o cuidador não teria informado à família sobre a morte de Simeão, que tinha 80 anos e faleceu em maio de 2018. Pouco depois, Viana e Zaghetto apareceram como beneficiados por um testamento do idoso.

Os dois prestaram depoimentos e foram constatadas contradições nos relatos de ambos. As circunstâncias do falecimento e um possível caso de estelionato contra ele são apurados.

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De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), Viana deu entrada no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) nesta sexta e permanece preso na unidade.

Jornalista Denise Zaghetto tinha sido presa na quinta, também em Juiz de Fora (Foto: Reprodução/TV Globo)

Jornalista Denise Zaghetto tinha sido presa na quinta, também em Juiz de Fora (Foto: Reprodução/TV Globo)

Prisão de Denise Zaghetto

A jornalista foi presa pela PM nesta quinta após cumprimento de mandado prisão por volta das 12h, na casa dela, no Bairro Bom Pastor. Em seguida, ela passou por exames de praxe e foi para a Penitenciária Professor Ariovaldo Campos Pires.

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O mandado de prisão foi expedido na quarta-feit (1º) pela juíza Rosangela Cunha Fernandes, da 1ª Vara Criminal. A equipe que efetuou a prisão foi coordenada pelo sargento Carlos Henrique Maurício, que informou que a jornalista não resistiu à prisão.

Família foi surpreendida com notícia da morte

Simeão Cruz tinha 80 anos e morava sozinho. Os móveis e a decoração antiga do apartamento eram do tempo em que ele vivia com a mãe. Não casou, nem teve filhos. Ele tinha 19 sobrinhos. Morreu em casa no dia 13 de maio. Um médico atestou a morte. Na certidão de óbito constam as causas: insuficiência cardíaca e hipertensão arterial. Nenhum parente foi avisado.

"Os vizinhos falaram que ele tinha morrido e tinha sido enterrado. Eles falaram que tinha sido 7h30, 7h a morte dele e 13h já tinha enterrado. Falaram que tinha três pessoas no velório", contou a sobrinha de Simeão, a empresária Maria Verônica Bressan.

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Ao questionar o cuidador de Simeão, o sobrinho Marcelo Cruz destacou que não teve resposta satisfatória. "Eu liguei para o cuidador, perguntando por que ele não comunicou a família. Ele só respondeu que cumpriu a missão dele e desligou o telefone", relatou.

O cuidador de idosos Carlos César trabalhava para Simeão Cruz e tinha a confiança da família. Ele alegou que o aposentado pedia para que os sobrinhos não fossem avisados de sua morte. "Eu fiquei indignada. Porque isso nunca foi da vontade dele", garantiu Maria Verônica Bressan.

Esta versão também é contestada por Marcelo Cruz, que alegou ter visto o tio em 1º de maio. "Nós tínhamos uma relação familiar muito intensa. Todos os domingos nós nos reuníamos na casa dele, tomávamos uma cerveja, botávamos o papo em dia", ressaltou.

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Para conseguir a certidão de óbito no cartório, o cuidador contou outra história, segundo a oficial de registro Mariana Castro. "Ele alegou que essa pessoa não tinha nenhum parente próximo que ele conhecesse".

Na casa do aposentado, os sobrinhos encontraram a fatura do cartão de crédito de Simeão Cruz indicando que o caixão foi pago com o cartão do aposentado, em uma despesa assumida no dia morte dele, dividida em seis parcelas de R$ 366.

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