Vídeo: "Abuso de autoridade"dupla de supostos policiais civis aterroriza passageiros em ônibus

Dois vídeos gravados por um passageiro da linha 038.1 (Riacho Fundo 1 — Taguatinga) mostram o instante em que uma dupla de supostos policiais interceptam um ônibus e entram no veículo com armas em mãos. Os passageiros ficam desesperados com a abordagem e pedem para que o motorista abra a porta traseira para que eles possam ir embora. Depois de gritarem com os presentes, os dois homens deixam o veículo e saem em disparada pelo Pistão Sul. O motorista Paulo Rezende explica que dirigia pela via na sexta-feira (6/7) quando notou que um Renault Sandero cinza trafegava lentamente na faixa da esquerda. Ao tentar fazer um alerta, o condutor do automóvel teria se irritado. “O veículo emparelhou com o ônibus e um dos homens apontou uma arma. Ele me mandou encostar, mas, como não havia nada que os identificasse como policiais, não obedeci e segui caminho”, relata. “Eles até me fecharam uma vez, mas consegui sair pela faixa da direita. Eles colocaram um giroflex (sirene) em cima do carro e jogaram o veículo na frente do coletivo. Tive de parar. Foi quando as filmagens começaram”, complementa Paulo.

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Um dos vídeos mostra um homem careca entrando no ônibus. Os passageiros se apavoram com a situação e pedem para que Paulo abra a porta traseira. “Pelo amor de Deus, abre a porta”, grita uma pessoa. A discussão começa e o motorista, sem entender o que ocorre, começa a questionar a atitude do policial. “Eles falaram 'Você só para se tiver um giroflex, é isso?', e eu dizia que não, mas que não sabia o que estava acontecendo”, conta Paulo. No segundo vídeo, o mesmo homem aborda um dos presentes: “Você não está ligando para a polícia? Nós somos a polícia. Agora, vamos para a P21 (em referência à 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Sul)."
O colega do primeiro homem entra no ônibus e também grita com as pessoas. Após intimidarem os viajantes, os dois saem do coletivo, entram no Sandero e falam para o motorista segui-los até a delegacia. Paulo se nega e a dupla arranca com o carro, ultrapassando um sinal vermelho.
Paulo relata que deixou os passageiros no Pistão Sul e foi até a Corregedoria da Polícia Civil. Como era dia de jogo do Brasil na Copa do Mundo da Rússia, o motorista encontrou o local fechado. Depois, dirigiu-se à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), mas os agentes teriam se negado a registrar a ocorrência.

Acompanhamento do caso

Em nota, a Urbi Mobilidade Urbana informou que está acompanhando o caso e dando assistência médica ao motorista e cobrador, liberados desde segunda-feira (9/7). A empresa afirmou que está “levantando as imagens internas do ônibus a fim de encaminhá-las para os órgãos responsáveis”.
A Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom) esclareceu que as informações e vídeos serão enviados à corregedoria para "rigorosa apuração e (para) determinar se realmente os homens das filmagens são policiais civis".
Também em contato com a reportagem, a Polícia Militar afirmou que o veículo não pertence à corporação. "Em situações como essa, é importante apurar a situação, pois qualquer pessoa pode adquirir um giroflex pelo mercado ilegal”, comunicou, por meio de nota.
 

Apuração do caso:

 
Carro usado em abordagem violenta a ônibus é da Polícia Civil, diz diretor.
 

Corregedoria da corporação busca identificar os agentes que intimidaram os ocupantes da linha 038.1, no Pistão Sul.

O carro usado por dois supostos policiais civis em uma abordagem intimidadora a um ônibus da linha 038.1 (Riacho Fundo I — Taguatinga), é da corporação. A informação foi confirmada pelo diretor do departamento de inteligência e gestão da informação da PCDF, Jorge Couto. O Renault Sandero Prata fechou o ônibus, na altura da Estação Taguatinga Sul, do Metrô, no Pistão. Os agentes subiram armados no coletivo e deixaram passageiros aterrorizados. O caso ocorreu na sexta-feira (6/7).
Jorge Couto contou que, agora, trabalha para identificar quem seriam os policiais que atuaram na abordagem. "É um veículo da Polícia Civil e, agora, tentamos compreender se realmente houve a participação de agentes nesse cenário. Só assim, daremos uma resposta efetiva sobre todo o caso", afirma.
O diretor diz que o processo corre em sigilo dentro da Corregedoria da Polícia Civil. "Se realmente se tratar de policiais civis, naturalmente adotaremos as providências que o caso exige. Após a identificação, vamos apurar o que levou a essa abordagem", finaliza.

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