A Polícia Penal de Minas Gerais deflagrou na manhã desta quinta-feira (11) a Operação Sinapse, uma ação de grande escala destinada a impor um rigoroso controle institucional e combater o crime organizado dentro do sistema prisional do estado. A operação estratégica abrange dez unidades prisionais e mobiliza um efetivo de cerca de mil policiais penais.
Foco: Crime Organizado e Alta Periculosidade
Conduzida pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a Operação Sinapse é classificada como preventiva e repressiva. Seu principal objetivo é o fortalecimento do controle institucional e o enfrentamento qualificado do crime organizado que atua de dentro das penitenciárias.
As dez unidades prisionais selecionadas abrigam detentos considerados faccionados e indivíduos classificados como de alta periculosidade.
O foco central da operação é triplo:
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Interromper Fluxos Ilícitos de Comunicação: Bloquear a comunicação entre presos e o meio externo, impedindo o envio de ordens criminosas.
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Desarticular Lideranças Internas: Neutralizar os detentos que exercem comando sobre outros custodiados.
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Restabelecer Padrões Rigorosos de Disciplina e Ordem: Reforçar a segurança e o regime disciplinar nas unidades.
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Transferências Estratégicas e Neutralização
Como parte das medidas de neutralização, a Operação Sinapse inclui o cumprimento de transferências estratégicas. Diversas lideranças locais do crime estão sendo movidas para:
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Unidades prisionais de maior rigor.
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Setores de isolamento dentro do próprio sistema.
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Essa medida visa reduzir drasticamente a capacidade de influência desses líderes sobre a massa carcerária e, crucialmente, impedir a emissão de ordens para a execução de crimes fora das muralhas.
A operação atinge uma população carcerária expressiva, estimada em aproximadamente 2 mil presos, distribuídos em mais de 12 municípios do estado.
Inteligência e Alto Efetivo Mobilizado
Segundo a Superintendência de Inteligência da Polícia Penal, a Sinapse não é uma ação isolada, mas o resultado de um planejamento minucioso e contínuo, baseado em levantamentos aprofundados de inteligência.
O Diretor-Geral do Departamento Penitenciário, Leonardo Badaró, enfatizou o caráter da ação:
“A Operação Sinapse foi estruturada para cortar conexões criminosas e fortalecer os mecanismos de segurança institucional. É uma ação que reafirma o compromisso permanente do Estado de Minas Gerais com a proteção da sociedade e a defesa da ordem pública.”
O trabalho operacional envolve cerca de mil policiais penais pertencentes aos grupamentos especializados da Polícia Penal, incluindo:
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Cope (Comando de Operações Especiais)
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GIR (Grupo de Intervenção Rápida)
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Getap (Grupo de Escolta Tática de Apoio e Pronta Intervenção)
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GOC (Grupo de Operações com Cães)
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Gepaer (Grupo de Escolta e Pronta Intervenção Aeroportuária)
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Equipes de Inteligência
Estes grupos estão mobilizados para realizar varreduras abrangentes nas celas e estruturas das prisões, além de efetivar as transferências planejadas.
A Sejusp informou que a operação segue em andamento, e novas informações sobre os resultados e apreensões (como armas, drogas ou celulares) poderão ser divulgadas ao longo da evolução das atividades operacionais.