Governo Lula Avalia Auxílio a Famílias de Traficantes Mortos na Megaoperação Policial no Rio

O governo federal, sob a administração do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, encontra-se em um dilema político e humanitário sobre a possibilidade de prestar auxílio às famílias dos 117 traficantes mortos durante a megaoperação policial, considerada a mais letal da história do estado, conduzida pelo governo fluminense de Cláudio Castro (PL) no Rio de Janeiro.

O debate central gira em torno da proposta da Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, que tem se manifestado de forma veemente pela concessão de apoio formal da União aos familiares dos que morreram em confronto com a Polícia.

 

O Receio Político do Planalto

 

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Apesar da pressão da pasta de Direitos Humanos, o Palácio do Planalto adota uma postura de extrema cautela em relação a um maior envolvimento federal na questão. A principal preocupação reside no receio de que a iniciativa seja politicamente explorada, levando a opinião pública a associar a administração Lula ao tráfico de drogas e ao crime organizado.

Integrantes do governo federal avaliam que, em um momento de intensa polarização sobre segurança pública, qualquer medida de assistência direta poderia ser interpretada como um sinal de leniência ou mesmo de apoio a facções criminosas.

Diante do impasse, a tendência mais provável no momento é que a União não forneça assistência financeira ou material direta às famílias. Prevalece a avaliação de que a responsabilidade primária por qualquer reparação ou apoio social caberia ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, uma vez que a incursão nas comunidades foi uma operação de sua responsabilidade.

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Críticas e Visita ao Complexo da Penha

 

Em contraste com a cautela do Planalto, a Ministra Macaé Evaristo não hesitou em classificar publicamente a megaoperação como “um fracasso” e “uma tragédia”.

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Na manhã da última quinta-feira (30/10), a ministra esteve no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, um dos principais territórios afetados. A agenda, que contou com a participação da Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, teve como foco ouvir diretamente os relatos dos moradores sobre as ações policiais e os impactos da ofensiva.

Durante a visita, Macaé Evaristo também anunciou a intenção de articular uma "estratégia de ação humanitária" e a instalação de uma comissão interministerial para atender as comunidades, além de prometer buscar perícias independentes para apurar as circunstâncias das mortes, visando garantir a transparência das investigações.

A megaoperação, que teve como alvo o Comando Vermelho e mobilizou cerca de 2.500 agentes, resultou na morte de 121 pessoas, sendo 117 integrantes do Comando Vermelho (CV) e 4 policiais. A alta letalidade e o contraste entre as falas do governador Cláudio Castro, que classificou a operação como um “sucesso”, e as ministras do governo Lula, intensificam o debate nacional sobre a política de segurança pública e os Direitos Humanos no país.

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