Jacarta, Indonésia – O cenário político brasileiro para 2026 ganhou contornos mais definidos nesta quinta-feira (23), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmando sua intenção de disputar um quarto mandato presidencial. A declaração, feita com entusiasmo, ocorreu durante um discurso em Jacarta, capital da Indonésia, onde o petista cumpre uma visita de Estado no Sudeste Asiático.
Completando 80 anos na próxima segunda-feira (27), o presidente fez questão de ressaltar sua vitalidade para continuar à frente do país. "Eu quero lhe dizer que eu vou completar 80 anos, mas pode ter certeza que eu estou com a mesma energia de quando eu tinha 30 anos de idade. E vou disputar um quarto mandato no Brasil", afirmou Lula, emendando que a decisão visa fortalecer as relações internacionais. "Estou lhe dizendo isso porque nós ainda vamos nos encontrar muitas vezes. Esse meu mandato só termina em 2026, no final do ano. Mas eu estou preparado para disputar outras eleições e tentar fazer com que a relação entre Indonésia e Brasil seja uma relação, sabe, por demais valorosa, e que a nossa relação traga mais empresários brasileiros para visitar a Indonésia", completou.
A confirmação da candidatura à reeleição, a primeira de forma pública e direta por Lula desde o início de seu terceiro mandato, foi feita ao lado do presidente indonésio, Prabowo Subianto, no Palácio Merdeka. Lula foi recebido com honras militares e civis, e os líderes participaram de reuniões bilaterais e ampliadas, onde foram firmados acordos de cooperação em áreas estratégicas.
Acordos e Multilateralismo em Foco
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A visita à Indonésia tem como objetivo principal estreitar os laços bilaterais. Lula e Subianto discutiram a ampliação do comércio, com potencial para atingir US$ 20 bilhões nos próximos anos. Temas como segurança alimentar, bioenergia, desenvolvimento sustentável e defesa também estiveram na pauta. Em seu discurso, Lula defendeu a necessidade de um sistema de comércio global mais justo e equilibrado, criticando o protecionismo e o unilateralismo. "Nós queremos multilateralismo e não unilateralismo. Nós queremos democracia comercial e não protecionismo", declarou, alinhando-se a uma agenda de cooperação entre os países do "Sul Global".
Próximos Passos na Ásia: ASEAN e Possível Encontro com Trump
A agenda oficial do presidente no Sudeste Asiático segue intensa. Na tarde de sexta-feira (24), Lula embarca para Kuala Lumpur, na Malásia. Lá, a programação inclui a participação inédita do Brasil na 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), marcada para os dias 26 e 27, e no Encontro de Líderes do Leste Asiático (EAS). Nesses eventos, Lula apresentará a visão brasileira sobre resiliência econômica e a cooperação entre a Asean e o BRICS.
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Um dos pontos de maior expectativa da viagem é o possível encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que também estará na Cúpula da Asean como convidado. Embora ainda não confirmado pelas chancelarias dos dois países, as equipes diplomáticas trabalham para viabilizar a reunião, que pode ocorrer no domingo (26). A possível conversa entre os líderes deve abordar o recente tensionamento diplomático e as tarifas comerciais aplicadas pelos EUA a produtos brasileiros, além das sanções contra autoridades brasileiras.
A comitiva oficial do Brasil que acompanha o presidente Lula nesta missão internacional inclui os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), além dos presidentes do IBGE, Marcio Pochmann, e da ApexBrasil, Jorge Vianna. O retorno do presidente ao Brasil está previsto para a próxima terça-feira (28).
