A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar ameaças de morte e violência direcionadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino. As intimidações teriam se intensificado imediatamente após o voto proferido por Dino em um recente julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus.
A investigação foi iniciada a pedido do próprio ministro, que protocolou uma representação na PF. No documento, Flávio Dino anexou uma série de capturas de tela de postagens em redes sociais contendo xingamentos, incitações à violência e ataques diretos não apenas a ele, mas também a outros ministros da Suprema Corte e a seus familiares.
Em sua representação, Dino declarou: “Imediatamente após o voto que proferi no regular cumprimento da função pública que exerço, passei a ser destinatário de graves ameaças contra a vida e integridade física”. O ministro sublinhou que a disseminação de discursos distorcidos e desinformação sobre processos judiciais pode ter consequências graves, levando a atos criminosos. Para ilustrar seu ponto, ele citou os ataques com bombas ao edifício-sede do STF ocorridos em novembro do ano anterior.
A importância da investigação e o papel da PF
Dino solicitou à Polícia Federal que tome as medidas necessárias para identificar os responsáveis pelas ameaças e para reprimir a disseminação de mensagens que possam resultar em novas ofensivas. O ministro enfatizou que a má interpretação de decisões judiciais pode servir de gatilho para ações violentas, tornando a apuração e a punição dos responsáveis essenciais para a segurança do poder judiciário e a manutenção da ordem democrática.
O inquérito da PF busca não só a responsabilização criminal dos autores das ameaças, mas também serve como uma medida de proteção institucional, reforçando a importância de um ambiente seguro para o pleno exercício das funções públicas, especialmente em um cenário de alta polarização.