O café, considerado um dos principais "vilões" do aumento no custo da cesta básica, deve manter seu preço elevado ao longo deste mês e, a partir do segundo semestre, essa tendência de alta deve se intensificar. O principal fator que provoca essa elevação nos preços é a previsão de queda na produção em Minas Gerais, o maior estado fornecedor do grão no Brasil.
Projeções de Produção para 2025
A expectativa de colheita para a safra de 2025 foi divulgada nesta terça-feira (6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo o relatório, a produção mineira deverá atingir 26,09 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa uma queda de 7,1% em comparação à safra anterior. No contexto nacional, a previsão é de que a colheita brasileira cresça 2,7% neste ano, somando 55,7 milhões de sacas.
Impacto no Mercado e na Indústria
Celírio Inácio, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), afirmou que “uma queda na produção vai representar um impacto muito importante sobre a oferta de café no mercado. Essa redução pode pressionar os custos da matéria-prima para a indústria, o que tende a se refletir gradualmente nos preços do consumidor final.”
Atualmente, o café que está sendo comercializado é proveniente da safra de 2024. Inácio destaca que, embora os preços estejam estáveis no momento, a expectativa é que a situação mude a partir do segundo semestre, especialmente no terceiro trimestre, quando o consumidor deve sentir de forma mais intensa os efeitos da elevação dos custos.
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Alta Acentuada nos Preços
Recentemente, dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostraram que o preço do café em pó subiu 50,75% nos últimos 12 meses. Esta alta alarmante levanta preocupações sobre as capacidades financeiras dos consumidores e as opções disponíveis para aquisição do produto.
Expectativas à Luz dos Fatores Externos
Inácio considera que ainda é "muito prematuro" projetar um novo percentual de aumento de preços em função da redução na produção. “Isso depende de vários fatores, como o clima, o comportamento do produto, a logística, assim como a oferta internacional. Todos esses elementos influenciarão diretamente na formação do preço”, explica o diretor.
Especificações da Safra e Impactos nos Tipos de Café
A previsão para a produção em Minas indica que 25,6 milhões de sacas serão do tipo café arábica, uma diminuição de 7,4% em relação a 2024. Por outro lado, o volume de café Conilon deve atingir 443,7 mil sacas, registrando um aumento de 14,1% em relação ao ano anterior. Essa dinâmica forçará os consumidores a tomarem decisões mais cuidadosas na hora da compra.
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“Os cafés especiais, que utilizam grãos mais complexos e de alta qualidade, tendem a ser mais afetados devido à sua maior dependência da produção do arábica. O café tradicional e o extra forte também poderão ter seus preços impactados, embora possivelmente de forma um pouco mais moderada”, acrescenta Celírio Inácio.
