Uma operação conjunta da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária Municipal resultou no fechamento de uma fábrica clandestina de suplementos nutricionais e esportivos no bairro Água Vermelha, em Formiga, Centro-Oeste de Minas Gerais. A ação ocorreu na última sexta-feira, 7 de fevereiro, e apreendeu mais de uma tonelada de produtos irregulares.
Denúncia Trabalhista Leva à Descoberta
A investigação teve início após uma denúncia de violação de direitos trabalhistas. Uma ex-funcionária da fábrica relatou à polícia que não havia recebido seus devidos pagamentos e apresentou um vídeo como prova. O vídeo, segundo o delegado Emmanuel Robson Gomes, mostrava as condições precárias de higiene no interior da fábrica, com funcionários manuseando matérias-primas e embalagens sem o devido cuidado e equipamentos de proteção individual. "A denúncia e o vídeo foram cruciais para iniciarmos as investigações. As imagens mostravam claramente o descaso com as normas sanitárias," afirmou o delegado.
Após receber a denúncia, a Polícia Civil acionou a Vigilância Sanitária Municipal, que confirmou que a fábrica já havia sido interditada em julho de 2024 por irregularidades sanitárias. A reabertura clandestina do estabelecimento agravou a situação, demonstrando o desrespeito às autoridades e a continuidade das práticas ilegais.
Produtos Irregulares e Enganosos
Durante a operação, os policiais constataram que a fábrica não possuía o registro necessário junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a fabricação de suplementos alimentares. Além disso, foram encontradas embalagens com informações enganosas sobre a composição e os benefícios dos produtos, o que configura crime contra o consumidor. Produtos com data de validade expirada também foram apreendidos, representando um risco à saúde pública.
A apreensão incluiu uma grande quantidade de matéria-prima sem procedência comprovada, rótulos de diversas marcas, maquinários utilizados na produção, etiquetas, e diversas notas fiscais e pedidos de clientes. Esses documentos indicam que a fábrica clandestina operava em larga escala, distribuindo seus produtos para estabelecimentos comerciais em Minas Gerais e outros estados, utilizando um website e perfis em redes sociais para comercialização.
Investigações em Andamento
Embora os proprietários da fábrica tenham sido identificados, eles não estavam presentes no local durante a operação. Quatro funcionários do setor administrativo foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento. Segundo a polícia, os funcionários não conseguiram fornecer informações detalhadas sobre o funcionamento da fábrica e o paradeiro dos proprietários.
A Polícia Civil segue com as investigações para identificar outros envolvidos no esquema, apurar os crimes contra a saúde pública, fraude contra o consumidor, e a possibilidade de lavagem de dinheiro. As autoridades pedem que qualquer pessoa que tenha informações sobre a fábrica entre em contato anonimamente pelo Disque Denúncia 181.
Fotos: Polícia Civil/Divulgação