Petroleiros Entram em Estado de Greve Contra Redução de Home Office na Petrobras

 Petroleiros de diversas regiões do Brasil aprovaram o estado de greve em protesto contra a decisão da Petrobras de limitar o trabalho remoto a apenas dois dias por semana a partir de abril. A medida, anunciada pela estatal, gerou forte insatisfação entre os funcionários, que se mobilizaram em assembleias organizadas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

A tensão se intensificou nesta quinta-feira com uma manifestação de trabalhadores em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. A manifestação reuniu centenas de petroleiros de diversas unidades e contou com a presença de lideranças sindicais que reforçaram a importância da luta pela manutenção do home office e criticaram a postura da empresa. Cartazes com frases como "Teletrabalho é um direito" e "Negociação, não imposição" eram visíveis na multidão.

A redução do home office já vinha sendo implementada gradualmente pela Petrobras. Desde setembro de 2024, gerentes foram convocados a retornar ao trabalho presencial, com exceções para colaboradores com deficiência e pais de pessoas com deficiência. Esta nova medida, que amplia a restrição do teletrabalho para todos os funcionários, é vista pelos sindicatos como um retrocesso e uma quebra de acordo.

Com a declaração de estado de greve, os petroleiros podem paralisar suas atividades a qualquer momento, sem a necessidade de novas assembleias. Representantes sindicais de diferentes estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Espírito Santo, já confirmaram a adesão ao movimento e há a expectativa de que outras regiões se juntem à greve nos próximos dias. Reuniões estão sendo realizadas em diversas localidades para organizar a mobilização e discutir estratégias para pressionar a Petrobras a negociar.

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A Petrobras, em resposta aos protestos e à declaração de estado de greve, cancelou uma reunião que estava agendada com as entidades sindicais. Em um comunicado oficial, a empresa classificou a mudança no regime de trabalho como "razoável" e alinhada às práticas de mercado, alegando a necessidade de maior integração entre as equipes e a importância da presença física para o desenvolvimento de determinados projetos. A estatal também ressaltou que a medida visa otimizar a produtividade e garantir a segurança das operações.

No entanto, os sindicatos argumentam que as diretrizes do teletrabalho devem ser definidas por meio de negociações coletivas, garantindo os direitos dos trabalhadores e considerando as particularidades de cada setor. Eles defendem a manutenção do home office como uma forma de conciliar vida pessoal e profissional, além de contribuir para a redução de custos com transporte e alimentação, e para a melhoria da qualidade de vida dos funcionários. A FUP e a FNP exigem a retomada do diálogo e a abertura de negociações para reverter a decisão da empresa.

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