ONG Human Rights Watch questiona investimentos em combustíveis fósseis pelo governo Lula

A Organização Não Governamental (ONG) Human Rights Watch divulgou um relatório expressando preocupações com a política energética do governo Lula, em particular o aumento dos investimentos em combustíveis fósseis. A organização critica a pretensão de explorar petróleo na bacia da Foz do Amazonas, argumentando que essa iniciativa contradiz a necessidade urgente de transição para energias renováveis e a preservação do meio ambiente. A ONG destaca a importância do Brasil assumir uma posição de liderança na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém em novembro deste ano, defendendo um compromisso concreto com a redução gradual do uso de combustíveis fósseis e a proteção das florestas.

Exploração de petróleo na Foz do Amazonas gera preocupação

César Muñoz, diretor da Human Rights Watch no Brasil, reconheceu os avanços do governo na redução do desmatamento na Amazônia, mas alertou para o impacto negativo dos investimentos em petróleo e gás. "O governo Lula avançou na redução da taxa de desmatamento na amazônia, mas ao mesmo tempo planeja enormes investimentos na exploração e produção de petróleo e gás, o que deve agravar a crise climática global”, afirmou Muñoz em comunicado oficial da ONG.

A confirmação do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a iminente liberação pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a exploração petrolífera na bacia da Foz do Amazonas, considerada uma área prioritária pela Petrobras, reforça as preocupações da Human Rights Watch. A organização teme que a exploração de petróleo nessa região sensível possa resultar em danos ambientais irreversíveis, além de ameaçar a vida de comunidades tradicionais que dependem da preservação do ecossistema local.

Impactos climáticos e a necessidade de transição energética

O relatório da Human Rights Watch também evidencia os impactos devastadores de eventos climáticos extremos ocorridos em 2024, como as enchentes no Rio Grande do Sul, que causaram prejuízos significativos ao meio ambiente e à saúde pública. A ONG defende que o governo brasileiro adote medidas urgentes para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, incluindo a implementação de um plano de eliminação gradual dos combustíveis fósseis e o fortalecimento das políticas de proteção das florestas e das comunidades que delas dependem.

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Participação da sociedade civil na COP30

A Human Rights Watch enfatiza a importância da participação ativa da sociedade civil na COP30 e solicita que o governo garanta recursos adequados para viabilizar essa inclusão. A organização acredita que a contribuição de diversos setores da sociedade é fundamental para a construção de soluções efetivas para a crise climática.

Direitos humanos e violência policial

Além das questões ambientais, o relatório da Human Rights Watch também aborda temas relacionados aos direitos humanos, como a violência policial e a proteção de povos indígenas e defensores ambientais no Brasil. A ONG também critica a postura do governo dos EUA, sob a administração de Joe Biden, em relação ao conflito entre Israel e Gaza, sem entrar em detalhes sobre as críticas específicas.

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