O repórter Aluisio Marques entrou com uma ação trabalhista contra a Globo e pede uma indenização de aproximadamente R$ 725 mil. O jornalista, de Belo Horizonte, alega que foi alvo de assédio moral e pede o reconhecimento do acúmulo de funções.
Segundo informações do site NaTelinha, Aluisio Marques, no entanto, ainda é contratado da emissora – ou era até esta sexta-feira (10). O repórter está de férias no momento e tomou a decisão de acionar o canal nesse período. O detalhe causa curiosidade já que, normalmente, as empresas são processadas por ex-funcionários.
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Ainda de acordo com o site, o jornalista ingressou na Globo Minas em 18 de fevereiro de 2015 como estagiário e foi efetivado quase um ano depois como coordenador de telejornais. No processo, ele alegou que passou a desenvolver outras atividades, como editor de texto, operador de teleprompter, editor de imagem, repórter e cinegrafista.
A defesa de Aluisio acusa a Globo de enriquecer às custas do cliente, uma vez que ele não passou a ser remunerado pelas atividades extras. No documento, ele ainda cita colegas de trabalho que ganhariam mais pelas mesmas funções.
Na ação é reivindicado o pagamento de horas extras, intervalos intrajornadas, adicional noturno, abono salarial, adicional de transferência e diz que a jornada de trabalho do cliente era de 13 horas diárias, de segunda a segunda, sem horário certo, sendo que as reportagens poderiam ser produzidas em qualquer período, inclusive no da madrugada.
A defesa de Aluisio Marques, segundo o NaTelinha, ainda acusa a Globo de obrigar o funcionário a trabalhar com sintomas de Covid-19 em plena pandemia.
Além desse episódio, o jornalista revelou outras vezes em que teria sido obrigado a trabalhar sem condições. Segundo ele, em 2022, ele apresentou atestado médico de três dias e, mesmo assim, teria sido incluído na escala de trabalho pelo diretor-geral.
No mesmo ano, Marques teria encontrado dificuldades até mesmo para fazer uso do banheiro, uma vez que, para tal, precisava da autorização da editora-chefe.
Em um áudio anexado ao processo como prova, a chefia pergunta se Aluisio iria demorar muito no banheiro e o que faria, “se o número 1 ou o número 2”. As situações, segundo o repórter, chegaram a ser encaminhadas ao compliance da empresa, mas ele não obteve retorno.