A Santa Casa e Maternidade Sant'Ana de Itapecerica (MG) emitiu nesta sexta-feira (5), uma nota em face da matéria veiculada na data de 03/01/2024, no Portal Gerais, intitulada “’Surto de dengue’ provoca caos na Santa Casa de Itapecerica”, a Santa Casa e Maternidade Sant’Ana de Itapecerica tem a esclarecer o que se segue.
Embora se trate de uma instituição privada, a Santa Casa, na qualidade de entidade beneficente e de assistência social, sem fins lucrativos, dedica a maior parte dos seus atendimentos (aproximadamente 80%) aos usuários do Sistema Único de Saúde, que tem na regionalização e hierarquização um dos seus princípios organizativos mais importantes.
Isso significa, na definição dada pelo próprio Ministério da Saúde, que os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos e com definição e conhecimento da população a ser atendida.
Em termos práticos, tem-se que o atendimento à população é prestado de maneira compartilhada entre os diversos atores integrantes do SUS, desde o Programa de Saúde da
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Família até os hospitais de alta complexidade. O papel de cada um é predeterminado de acordo com as suas características em termos de localização, estrutura física e humana.
No caso específico da dengue, a natureza e o grau de gravidade dos seus sintomas fazem
com que o atendimento dos casos suspeitos da doença (que podem ou não resultar em um
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diagnóstico positivo) seja de competência das Unidades Básicas de Saúde – UBS, ou seja, dos
Postos de Saúde. Já o Pronto-Atendimento é voltado aos casos que demandam atuação imediata, ainda que exclusivamente diagnóstica, para encaminhamento do paciente ao tratamento necessário (que pode ser cirúrgico, por exemplo).
Desse modo, pacientes com sintomas de dengue devem buscar atendimento junto aos Postos de Saúde, e não junto ao Pronto Atendimento Municipal. As características dos sintomas apresentados (e da própria dengue, uma vez confirmada) farão com que o risco seja classificado, fora exceções pontuais, nas cores azul ou verde do Protocolo de Manchester (sistema de acolhimento com classificação de risco), impondo aos pacientes uma espera desgastante, que pode se estender por até quatro horas no caso da classificação azul.
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Ao lado disso, o Pronto Atendimento continua responsável pela prestação dos primeiros cuidados aos casos mais graves que lhe são encaminhados continuamente. Pacientes que recebem classificação nas cores vermelha, laranja e amarela devem, necessariamente, receber tratamento prioritário com relação àqueles classificados nas demais cores.
Isto posto, é importante frisar que, ao contrário do que afirma a matéria, não existe “caos” na Santa Casa, mas tão somente um excesso transitório da demanda por atendimento no Pronto-Atendimento, que é mantido pelo Município de Itapecerica, o que se deve, como exposto, ao aumento anormal do número de casos da doença e à iniciativa da população de buscar por atendimento no local que não é aquele apropriado para tanto.
É por essa razão, inclusive, que os testes de dengue não têm sido realizados no local, já que a estrutura para tanto, sem custos ao paciente, está disponível nos Postos de Saúde (e não no Pronto-Atendimento, haja vista a especialidade e o público-alvo de cada um). Por outro lado, os casos previstos nos protocolos clínicos (pacientes gestantes, com sintomas classificados como graves ou para fins de internação) são testados e diagnosticados no Pronto Atendimento.
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A estrutura hospitalar da Santa Casa continua em pleno funcionamento, operando dentro da sua capacidade e em plenas condições de continuar prestando à população de Itapecerica e região os bons serviços que sempre prestou ao longo dos seus mais de 120 anos de existência, ficando reafirmado, na oportunidade, o compromisso da administração, colaboradores e de todos os seus empregados para com a saúde da população que busca por assistência.
