No último domingo (19), a eleição de Javier Millei surpreendeu muitos integrantes do cenário político internacional e nacional, a Argentina, país reconhecido por eleger presidentes mais voltados ao espectro político de esquerda, deu uma volta de 180 graus e elege um candidato com discurso ultraliberal e mais identificado com a direita, em uma aliança no segundo turno com a centro-direita e a direita tradicional, Javiei Millei obteve 55% dos votos e venceu o candidato Massa, que perdeu com 44%.
Não será tarefa fácil para Javier Millei reverter os anos de fracasso dos governos de esquerda que se apossaram do país, com uma pequena exceção de Maurício Macri, a Argentina passou por anos de populismo irresponsável aliada a uma ideologia estatizante e sem controle dos gastos públicos. Os números assustam, 40% da população na pobreza, inflação de 138% e uma dívida externa de 276,2 bilhões de dólares.
Millei deve enfrentar um congresso fragmentado e precisará debater no congresso suas principais propostas de campanha, sendo a mais polêmica a dolarização da economia, o porte de armas aos cidadãos e a privatização de grandes empresas estatais.
O novo presidente não terá vida fácil no congresso, onde é minoria tanto no Senado como na Câmara dos deputados, além de não ter nenhum governador, dos 23 estados. Alguns acham que não conseguirá aprovar as medidas mais radicais e outros já observam na moderação do discurso no segundo turno um indicativo em abrir frentes de diálogo com a esquerda argentina.
No início do mandato Millei deve eliminar 10 dos 18 ministérios existentes no país, com sua propaganda contra o inchaço da máquina pública Millei em recente entrevista disse“ O estado não é a solução, é o problema” com essa mesma linha de raciocínio ele pretende fechar o Banco Central da Argentina e iniciar seu complexo programa de privatização.
Resta saber se o discurso de Millei ecoará em uma Argentina real com sérias dificuldades em suas políticas internas e números sociais alarmantes, boa sorte aos nossos hermanos.