Radares estão inoperantes em trechos privatizados de quatro rodovias mineiras

As empresas responsáveis pelos trechos devem garantir a manutenção dos equipamentos, mas a fiscalização cabe ao poder concedente, ou seja, à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e à Polícia Rodoviária Federal (PRF). A ANTT garante que os trâmites legais estão em andamento, mas aguarda aprovação de testes por parte da PRF. Já a corporação não se pronunciou sobre o desligamento até o fechamento desta edição.

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A data em que os aparelhos foram desativados também não foi informada. Em alguns casos, os radares até registram a velocidade dos veículos no painel digital, mas não multam os infratores, como nos 771 quilômetros privatizados da BR-040 no território mineiro. A via que recebe 88 mil veículos por dia tem o maior número de equipamentos inoperantes: 89. Na prática, são 249 faixas descobertas no trecho que vai de Paracatu, na região Noroeste, a Juiz de Fora, na Zona da Mata, segundo a concessionária Via 040. No restante da estrada sob responsabilidade do consórcio, cortando o Distrito Federal e Goiás, são mais 30 radares desligados. A empresa diz que todos estão em condições de uso. Nas rodovias 153 e 262, ambas concedidas ao consórcio Triunfo Concebra, a situação é a mesma. São 17 radares parados na primeira e 18 na segunda, somando 35 apenas em Minas Gerais. Desses, somente dois estão danificados, mas os 33 restantes aguardam um cadastro no sistema por parte da Polícia Rodoviária Federal, segundo a empresa.
“Na Semana Santa terá operação especial nas rodovias. A falta dos radares não vai atrapalhar” Inspetor Aristides Júnior Porta-Voz PRF
No aguardo Os dez radares da BR-050 também não fazem a patrulha no trecho privatizado. A MGO Rodovias explica que os equipamentos estavam sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Agora, está sendo feita a transferência dos serviços para a concessionária, que tem até 1° de maio para estar com os aparelhos prontos para a medição de velocidade. No entanto, a fiscalização também dependerá do aval da ANTT e da PRF. Fiscalização Enquanto os radares fixos não fazem a vigilância nas rodovias, a PRF usa 22 equipamentos móveis para multar os motoristas que ultrapassam a velocidade permitida, afirma o porta-voz do órgão no Estado, inspetor Aristides Júnior. Os aparelhos são usados em todas as rodovias. A ausência da vigilância, principalmente no feriado, é vista como um risco. “Como se não bastasse a falta de estrutura das rodovias, despreparo e imprudência dos motoristas, ainda temos que lidar com fiscalização precária. Nesse feriado, infelizmente, podemos ter mais acidentes já que as pessoas poderão correr mais livremente”, afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito, David Duarte Lima. Além Disso A falta de fiscalização é apenas uma das dificuldades encontradas por motoristas que circulam nas rodovias mineiras. Conforme o Hoje em Dia mostrou na edição de segunda-feira (19), o Tribunal de Contas da União (TCU) vai investigar as obras de duplicação e o possível processo de relicitação da BR-040. O pente-fino foi motivado por denúncias de que, apesar de as praças de pedágio estarem em pleno funcionamento, apenas 13% da duplicação foi finalizada, o equivalente a 73 quilômetros (km). Ainda faltam 484,2 km. A Via 040 disse que está adimplente com as obrigações e que parte da duplicação estaria pendente de licenciamento ambiental por parte do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Já o Ibama alega estar aguardando documentos da Via 040.

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