Bolsonaro promete reajuste de servidores e imposto da gasolina a 0% para 2023

Presidente teve encontro com prefeitos em Brasília em agenda de campanha à reeleição

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, anunciou que irá mannter a taxa de impostos federais zerada em 2023 para combustíveis e para o gás de cozinha. Segundo ele, a medida foi acertada em reunião com a equipe econômica do governo federal na quarta-feira (17). O mandatário afirmou que também negocia reduções para o querosene de avião com foco no turismo.

"Hoje tive mais uma conversa com parte da equipe econômica sobre o orçamento do ano que vem. Garantimos para o ano que vem continuar com zero imposto federal na gasolina, no diesel, no álcool e no gás de cozinha. Pedi para o pessoal ver se pode zerar também imposto de querosene de aviação, porque o nosso turismo é um dos melhores do mundo no momento", disse.

Bolsonaro também voltou a afirmar que irá promover, no próximo ano, aumento salarial aos servidores públicos federais, demanda não atendida neste ano e que gerou uma reação geral com greves e paralisações. "Dizer aos servidores federais que teremos reajuste ano que vem, bem como teremos reestruturação de carreiras", garantiu.

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Candidato à reeleição, Bolsonaro participou, no início da noite desta quarta, de um encontro com prefeitos que mantém como apoiadores em um hotel em Brasília (DF). A agenda de campanha previa reunir cerca de 500 gestores locais, mas o auditório tinha dezenas de cadeiras vazias.

Bolsonaro diz que deve propor Auxílio Brasil de R$ 600 permanente a partir de 2023

Bolsonaro também confirmou que pretende tratar com o Congresso Nacional, depois das eleições, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para tornar permanente o valor do Auxílio Emergencial de R$ 600 - atualmente válido somente até dezembro deste ano. 

"Conversei com o ministro [da Economia] Paulo Guedes e também dentro da responsabilidade vamos ao Parlamento mais uma vez para a gente tornar esse valor de R$ 600 definitivo a partir de 2023", disse, acrescentando ter certeza de que os parlamentares não irão se opor.
Segundo o presidente, a medida será feita de forma responsável, "porque sem responsabilidade o dólar vai lá para cima, a inflação também, e não queremos inflação".

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Economia do Brasil causa inveja em outros países, diz Bolsonaro

Bolsonaro também exaltou os resultados econômicos de seu governo que, na avaliação dele, causam inveja em outras nações. "Hoje, vocês têm a certeza, porque os números bem demonstram por aí, que o Brasil é um país que realmente na economia está fazendo inveja para o mundo todo. Teremos uma inflação menor do que por exemplo os Estados Unidos. Já se projeta uma nova deflação para agosto", destacou.

"O Brasil será um dos poucos, talvez um dos únicos países do mundo que terão PIB [Produto Interno Bruto] positivo no corrente ano", completou, citando que o número de vagas no mercado de trabalho com carteira assinada "tem aumentado mês a mês".

O presidente citou que teve um decréscimo de vagas em 2020, mas houve uma recuperação ao longo dos meses até o cenário atual. Em nova ofensiva aos governos petistas - ele tem como maior adversário eleitoral, segundo as pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT -, o mandatário citou que entre 2014 e 2015, no governo de Dilma Rousseff (PT), foram quase três milhões de cargos perdidos por um problema de gestão. "Não é somente andar para trás não, andar para a esquerda também não é bom", disparou.

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Bolsonaro criticou ainda políticas voltados à esquerda adotadas em países como Argentina, Chile e Colômbia. "Essa ideia de se prometer tudo para o eleitor, 'você vai recuperar o seu poder aquisito, você vai ter combustível bem mais barato, você vai ser tudo, você vai ser feliz comigo', não é verdade porque na ponta da linha nós sabemos que o que distribuem muito bem é a miséria em seu respectivo país", frisou.

Bolsonaro diz que notícias vão provar que mortes poderiam ser evitadas com 'liberdade médica' na pandemia de Covid-19

Defensor do chamado "tratamento precoce" com medicamento sem eficácia contra a Covid-19, Bolsonaro disse lamentar que médicos não tiveram liberdade para medicar pacientes com o tratamento que consideravam correto durante a pandemia. Ele indicou que em breve irão surgir provas de vidas poderiam ter sido poupadas diante das mais de 682 mil mortes.

"Podem ter certeza de uma coisa, notícias começam a aparecer e brevemente nós saberemos que muitas vidas poderiam ter sido evitadas [sic] no Brasil se os médicos tivessem realmente a plenitude, a sua garantia de clinicar", frisou.

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Ele comentou sobre a ação do PSB no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as obrigações do governo em relação à varíola dos macacos e afirmou que espera não receber insterferência da Suprema Corte no assunto.

"Tem um partido aí de esquerda que entrou no Supremo, entre outros pedidos, para que eu compre a vacina para essa questão da varíola dos macacos. Estou aguardando qual é a decisão do nosso Supremo Tribunal Federal, mas eu tenho certeza que dessa vez essa responsabilidade seja devolvida a quem é de direito, que é o presidente da República tratar desses assuntos", destacou.

Bolsonaro chama presidente do TSE de 'nosso ministro Alexandre de Moraes'

Ao fim do evento com prefeitos, Bolsonaro falou rapidamente com a imprensa. Ao comentar sobre a decisão do ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, de autorizar a entrada de nove militares no grupo que inspeciona o código-fonte das urnas eletrônicas, ele chamou o novo presidente do TSE de "nosso ministro Alexandre de Moraes".

"Todo esse assunto está sendo tratado exclusivamente pelas Forças Armadas, o ministro da Defesa, com a equipe agora do nosso ministro Alexandre de Moraes", disse.

Moraes e Bolsonaro mantêm atritos frequentes. Na posse do ministro como presidente do TSE na noite de terça-feira (16), o presidente da República manteve "cara de poucos amgos" e trocou poucos cumprimentos com os presentes em geral - com exceção de um momento curioso em que conversou com Moraes de forma disfarçada.

Bolsonaro volta a defender armas e dizer que o Pix é do governo dele

O presidente da República também voltou a defender o armamento da população e afirmou que as normas que assinou para flexibilizar o porte e a posse de arma de fogo a civis foram feita sem transgredir leis. "Foi uma política que deu certo no campo e na cidade", afirmou.

Disse também que diminuiu em quase 90% a quantidade de multas no campo, o que eram uma ação necessária. "Existia uma indústria em cima disso aí. Fizemos nossa parte. O produtor rural passou a não se preocupar tanto com a visita dessa pessoas do Ibama, do ICMBio, porque não iam mais com a caneta em uma mão e o bloco na outra", disse.

Bolsonaro também disse, novamente, que o meio de pagamento instantâneo Pix é uma política lançada pelo governo dele, mesmo sob o protesto de funcionários do Banco Central que afirmam que o método é anterior ao atual governo e que o mandatário desconhecia o que o era o Pix em declaração antiga. "Em 2020 criamos o Pix. É algo que está fazendo com o que caixa eletrônico se aposente, até porque não tem qualquer cobrança de taxa nessa transação", afirmou.

O presidente apontou que havia propostas para incluir imposto em transações do Pix, que foram negadas por ele. "Começa com um centavinho, daqui a pouco está em dez centavos e se cria uma CPMF enviesada. No nosso governo não tem criação de novos impostos", frisou.

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