O anúncio de que o senador Antonio Anastasia (PSDB) está disposto a levar adiante uma candidatura ao Palácio da Liberdade não fez recuar, pelo menos aparentemente, a intenção dos aspirantes ao governo de Minas Rodrigo Pacheco (futuro DEM) e Marcio Lacerda (PSB) de disputar as eleições em outubro. Após trabalharem meses por coligações e apoios no interior, os pré-candidatos que, como Anastasia, fazem oposição ao atual governo, dizem que manterão seus nomes, apesar da força que tem Anastasia na preferência do eleitorado mineiro.
O deputado federal Rodrigo Pacheco, um dos pré-candidatos que mais esperava ser eleito com o apoio de Anastasia, confirmou nesse sábado (17), em mensagem enviada a correligionários e à imprensa por Whatsapp, que irá se filiar ao Democratas (DEM) nesta segunda-feira (19) “para ser candidato ao governo de Minas Gerais”.
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“Minha decisão decorre da caótica situação do Estado e da absoluta certeza de que a solução está na renovação responsável, capaz de romper com a política tradicional e viciada que levou Minas Gerais à pior crise de sua história”, explicou em trecho do texto.
Com Anastasia encabeçando a chapa do PSDB, Pacheco se viu tranquilo para afirmar que não terá nenhum padrinho ao seu lado, como Aécio Neves, por exemplo. “Reafirmo que não terei padrinho político e que o nosso projeto será construído com base em administração pública transparente e eficiente, desenvolvimento econômico do Estado e bem-estar social dos mineiros”, comentou.
Nos bastidores, porém, a aposta é que se a candidatura de Anastasia for mesmo confirmada, Pacheco poderá negociar o cargo de vice-governador na chapa do senador tucano.
Enquanto o tucanato mineiro comemora e dá como certa a candidatura de Anastasia, o senador e ex-governador entre 2010 e 2014 é mais cauteloso e diz, por meio de sua assessoria, que ainda não há definição. “O senador Anastasia iniciou conversações sobre eventual candidatura ao governo de Minas Gerais com diversos partidos, movimentos sociais e lideranças municipais. Somente no mês de abril será anunciada a sua decisão”, informou a nota enviada à imprensa.
O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda também afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que sua pré-candidatura ao governo pelo PSB é “irreversível”. A assessoria negou que Lacerda vá retirar seu nome da corrida eleitoral ao comando do Estado para se juntar ao tucano, ou que o socialista vá tentar uma vaga no Senado com o apoio do PSDB.
De acordo com a assessoria de imprensa, o ex-prefeito já esperava que o PSDB lançasse um nome para o pleito em busca da cadeira do Palácio da Liberdade. Contudo, segundo a pasta, isso não muda em nada a atual posição de Marcio Lacerda, que vai continuar normalmente com sua agenda de pré-candidato, viajando por todo o Estado, inclusive com a presença de lideranças políticas de outras legendas, como PSD e PDT.
“A candidatura do senador Antonio Anastasia não muda em nada a posição de Marcio Lacerda. Ele continua candidatíssimo, ele continua com mesmo ritmo de viagens, andando por todo o Estado. A candidatura dele ao governo do Estado é irreversível”, garantiu a assessoria, completando que são apenas boatos a versão de que Lacerda sairia do páreo.
Um interlocutor de Lacerda disse, no entanto, que a candidatura de Anastasia pode ter sido anunciada apenas para evitar uma debandada de deputados do partido na janela eleitoral. “O PSDB estava para implodir e, em abril, Anastasia pode rever a posição”, disse a fonte.
Frases
Cautela
“O senador Anastasia iniciou conversações sobre eventual candidatura ao governo de Minas Gerais com diversos partidos, movimentos sociais e lideranças municipais. Somente no mês de abril será anunciada a sua decisão”
Assessoria de Antonio Anastasia
Irreversível
“A candidatura de Anastasia não muda em nada a posição de Marcio Lacerda. Ele continua candidatíssimo, ele continua com mesmo ritmo de viagens, andando por todo o Estado. A candidatura dele ao governo do Estado é irreversível.”
Assessoria de Marcio Lacerda
Aposta na coragem
“Respeito todas as demais candidaturas (ao governo do Estado), mas enquanto houver um sopro de esperança na mudança, prefiro ser julgado pela coragem do que pela omissão. Vamos à luta! O meu compromisso é com Minas!”
Rodrigo Pacheco
Dinis dá sinais de que não disputará
Silêncio. Ao contrário de outros oposicionistas, o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) Dinis Pinheiro, que se filiará ao Solidariedade na próxima quinta-feira, não se manifestou reafirmando sua candidatura. Seus aliados dizem que ele nunca disse qual cargo disputaria, que ele está à disposição para ajudar em um projeto de reconstruir o Estado e que a função que ocupará será decidida a partir de conversas nesta semana.
