Polícia Federal prende Alexandre Baldy, secretário de Transportes de Doria

Ex-ministro e atual secretário estadual de Transportes de São Paulo, Alexandre Baldy (PP) foi preso nesta quinta-feira (6). Ele é alvo de uma operação da Polícia Federal realizada nesta manhã que mira desvios na Saúde. A investigação se baseia em uma denúncia não relacionada ao trabalho de Baldy na secretaria. A prisão dele é temporária, ou seja, vale por cinco dias e pode ser prorrogada por mais cinco.
Segundo informações do analista Igor Gadelha, a PF também esteve no gabinete do Baldy na Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, no centro da capital paulista. Na residência que o secretário mantém em Brasília, foram apreendidos R$ 90 mil em espécie, sendo R$ 50 mil em um cofre e R$ 40 mil em outro. [caption id="attachment_73988" align="alignnone" width="607"] Policiais apreenderam R$ 50 mil em um cofre na residência que Baldy mantém em Brasília
Foto: Divulgação - 06.ago.2020 / Polícia Federal[/caption] Baldy utilizava sua influência política para nomear pessoas em órgãos públicos. Uma vez lá, elas eram usadas por ele como intermediários para a contratação de empresas que participavam do esquema, como a organização Pró-Saúde. O secretário é suspeito de ter recebido percentuais desses contratos, sob a forma de propina. Na operação de hoje, os agentes cumprem 6 mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão em 3 estados e no Distrito Federal. Os mandados são cumpridos em Petrópolis (RJ), São Paulo (SP), São José do Rio Preto (SP), Goiânia (GO) e Brasília (DF). Além disso, após solicitação do Ministério Público Federal (MPF), determinou-se o bloqueio de bens e valores de mais de R$ 12 milhões. Além de Baldy, outras duas pessoas já foram presas. Uma delas é Guilherme Franco Netto, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), preso em Petrópolis, região serrana do RJ. De 2007 a 2013, ele ocupou o cargo de diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde.  A outra é Rafael Lousa, ex-presidente da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), preso em Goiás. Os outros três alvos ainda não foram localizados. Desvios na Saúde Baldy e Netto são acusados de desviar recursos na Saúde do Rio de Janeiro e São Paulo envolvendo órgãos federais, entre eles a Fiocruz.  De acordo com informações da PF e do MPF, os agentes investigam o "pagamento de vantagens indevidas a organização criminosa que negociava e intermediava contratos em diversas áreas". 
Carro da PF em edifício no bairro de Jardins, na região nobre de São Paulo

Carro da PF em edifício no bairro de Jardins, região nobre de São Paulo

[caption id="attachment_73987" align="alignnone" width="1920"] Foto: Reprodução - 06.ago.2020 / CNN[/caption] A ação desta quinta é um desdobramento das investigações realizadas no âmbito das operações Fatura Exposta e SOS, que apuram desvios de recursos do RJ repassados para a organizac¸a~o social Pró-Saúde, que administrou diversos hospitais no estado e em outros locais do pai´s.   A investigação contra Baldy começou a partir de uma delação premiada de ex-diretores da Pró-Saúde. Com isso, descobriu-se o pagamento de vantagens indevidas para que determinadas pessoas pudessem interceder em favor do grupo, em relac¸a~o aos pagamentos do contrato de gesta~o do Hospital de Urge^ncia da Regia~o Sudoeste (HURSO), em Goiânia, administrado pela organização entre 2010 e 2017.  Para possibilitar o pagamento, os envolvidos utilizaram um esquema de geração de "caixa 2" na sede da PróSaúde, com o superfaturamento de contratos, custeados em sua maioria por repasses feitos pelo estado do Rio de Janeiro. De acordo com o MPF, eles constituíam cerca de 50% do faturamento nacional da organização – valor que saltou de R$ 750 milhões em 2013 para R$ 1 bilhão em 2014 e R$ 1,5 bilhão em 2015. Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.  Baldy foi deputado federal por Goiás de 2015 a 2019 e ocupou o cargo de ministro das Cidades de 2017 a 2018, durante o governo de Michel Temer (MDB).

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