A matéria continua após a publicidade

Mobilização virtual
Mesmo duas siglas de forte mobilização social têm trocado a rua pela tela do computador. O PT, que optpu pelaa candidatura própria à PBH, passou a organizar reuniões e cursos pelo Zoom antes mesmo da quarentena, e descobre que é possível manter o engajamento de forma remota. "Vamos fazer a convenção de forma virtual. Temos nos organizado desta forma e é mesmo o caminho", explica o secretário de comunicação do partido, Kerison Lopes.
O PSOL, outro que terá chapa majoritária, também tem feito discussões virtuais e marcou para o dia 4 a reunião do diretório estadual que definirá o planejamento eleitoral. "Estamos em compasso de espera pela decisão da data pelo Congresso", explica a presidente do órgão, Maria da Consolação Rocha.
Para o professor Felipe Nunes, do Departamento de Ciência Política da UFMG, a pandemia antecipou em uma década a tendência de digitalização do processo eleitoral, o que inclui as campanhas. Ele vê como positiva a adoção das convenções remotas. "O fato das convenções se transformarem em atos virtuais vai abrir espaço para que mais pessoas participem. Ir a um evento é muito mais caro do que abrir um link no computador. Mesmo quem está distante vai poder se engajar, não precisa estar no local. Nos moldes atuais o alcance do evento acabava limitado".
Sobre o fato de a situação de saúde dificultar a campanha convencional, com o corpo a corpo, ele faz uma comparação interessante. "O mundo digital será, ainda mais, o terreno da disputa. Com um aspecto: se nas ruas ficava a sujeira dos panfletos, agora há outra sujeira, um vírus preocupante, que são as fake news".
Adiamento depende de aprovação do Congresso
Por se tratar de artigo da Constituição Federal, a mudança nas datas da eleição municipal deste ano depende da aprovação de uma proposta de emenda (PEC) pelo Congresso Nacional. O que, tudo indica, será apenas uma formalidade. Depois de conversa entre o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso; os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) especialistas em saúde e líderes partidários, ganhou força a ideia do senador Eduardo Braga (MDB-AM) de um intervalo de 15 dias entre primeiro e segundo turno, que ocorreriam, respectivamente, em 15 e 29 de novembro.
Entre os aspectos que deverão ser analisados está a mudança, ou não dos prazos para convenções e inscrição das chapas. Além disso, será necessário elaborar normas que possibilitem a proteção do eleitor e reduzam riscos de contágio pelo novo coronavírus na ida às urnas.