A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu, nesta sexta-feira (8) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para anular decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), que manteve a decisão anterior de uma juíza para o presidente Jair Bolsonaro entregar os laudos dos exames para o novo coronavírus. O caso será analisado pelo presidente do STJ, João Otávio Noronha.
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O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) manteve a obrigatoriedade de o presidente Jair Bolsonaro apresentar os resultados dos dois exames que ele fez para o novo coronavírus. Responsável pela decisão, o desembargador André Nabarrete justificou que "a sociedade tem que se certificar que o senhor presidente está ou não acometido da doença”.
“A urgência da tutela é inegável, porque o processo pandêmico se desenrola diariamente, com o aumento de mortos e infectados", escreveu o desembargador. A decisão foi estabelecida nesta quarta-feira (6), e respeita a determinação da juíza federal Ana Lúcia Petri Betto, da 14ª Vara Cível Federal de São Paulo, que em 27 de abril atendeu a um pedido do jornal "O Estado de S.Paulo" para obrigar Bolsonaro a divulgar os laudos de todos os exames feitos por ele em um período de 48 horas.
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que não vê “utilidade fática” na divulgação dos exames para o novo coronavírus feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (7), 21 dias depois de deixar a pasta, Mandetta disse considerar que exames médicos são uma questão particular do paciente com seu médico. “Tem que ver o que está motivando [o pedido para que os exames sejam divulgados], eu não consigo entender isso”, afirmou.