Henrique Costa Pedrosa, 30 anos, natural de Itapecerica, região Centro-Oeste de Minas Gerais, Mora e trabalha em Brumadinho a cerca de 4 anos. É Técnico Agrícola e Engenheiro Agrônomo, onde segundo ele, criou muito vínculo com humildes produtores rurais que necessitam da terra para sobreviver.
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Com exclusividade, Henrique contou ao DestakNews, o triste desfecho da tragédia que aconteceu na cidade de Brumadinho, Minas Gerais. O rompimento de uma barragem da mineradora Vale que provocou a morte de várias pessoas e ainda existem centenas de desaparecidos. Os familiares das vítimas acompanham angustiados pelas buscas. Já são 65 óbitos confirmados. Outras 279 pessoas continuam desaparecidas. Já foram identificadas 31 pessoas.
Confira abaixo o relato de Henrique Costa Pedrosa.
[caption id="attachment_31363" align="aligncenter" width="301"]Henrique Costa Pedrosa[/caption]
Sexta-feira, 25 de janeiro por volta de 12:45, chega a notícia na rua que uma barragem da Vale havia se rompido. Por sorte eu estava no centro urbano, que é uma distância razoável da barragem, mas que dependendo do volume rompido poderia atacar a cidade rapidamente.
Foi um caos total na cidade, um corre-corre, pessoas com crianças chorando, viaturas de polícia e ambulância correndo, interdição de pontes e o que era pior, sem informações oficiais e nada de sirene de alerta. O pânico se instaurou quando viaturas da polícia passaram pelas ruas do centro mandando correr para a parte alta da cidade, como se fosse para o Alto do Rosário aí em Itapecerica.
Muito desesperador para todos. Com o passar dos minutos chegavam as informações mais precisas de que realmente a mina do Córrego do Feijão havia estourado e varrido tudo que encontrou pela frente. Como meu trabalho é fazendo visitas e dando assistência aos produtores, essa região afetada, eu ia com uma certa frequência, onde, inclusive atendia algumas propriedades vizinhas da pousada que foi arrastada pela lama.
Passava direto na estrada em frente à portaria da Vale pois dava acesso a outros produtores da parte mais alta do Córrego do Feijão. Muito triste ver uma realidade assim tudo tão de perto. A região era abundante com plantações de hortas e criação de gado, foi tudo embora. A cidade está em luto, cada um aqui tem um familiar, um amigo que estava lá envolvido. O que mais causa angústia é a falta de informação, principalmente da Vale, desde o rompimento da barragem até a assistência com as famílias. Relatos de amigos que trabalham lá, dizem que cada funcionário ao ser admitido, passa no RH por procedimentos de segurança onde são instruídos no que fazer caso a sirene de emergência seja acionada. O que revolta a todos é que essa sirene distribuída em diversos pontos, não só na Vale, ela não foi acionada, onde teria salvo a grande maioria das vidas. Esse foi um relato breve de quem vivenciou o filme de terror real de uma catástrofe anunciada.
Tragédia em Brumadinho (Fotos de Henrique Costa Pedrosa e Jornal Estado de Minas)
Doações
Henrique ressaltou ainda, que na cidade você vê a solidariedade vindo de cada canto do Brasil.
Um distribuidor de bebidas de Divinópolis (MG), mandou uma carreta de água mineral que inicialmente é o que mais se precisa aqui, devido ao forte calor que está fazendo.
[caption id="attachment_31353" align="alignnone" width="772"]Carreta de Uma Distribuidora de Bebidas de Divinópolis (MG), Chega em Brumadinho Com Carregamento de Água Mineral (Foto: Henrique Costa Pedrosa)[/caption]
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