Para não ser extraditado, traficante Marcelo Piloto mata mulher em prisão no Paraguai

O Ministério Público do Paraguai informou neste sábado, 17, que o traficante brasileiro Marcelo Pinheiro Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, um dos líderes do Comando Vermelho, matou uma jovem de 18 anos que foi visitá-lo no Agrupamento Especializado de Assunção, capital paraguaia, onde está preso à espera de ser extraditado para o Brasil.
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Segundo o Ministério Público, os agentes ainda estão analisando como o crime ocorreu. Legistas foram enviados ao local para avaliar o corpo da mulher, que depois será levado para um necrotério da Justiça.
A vítima, que era da cidade de General Resquín, no departamento de San Pedro, foi atacada por Piloto com uma faca de cozinha por volta das 14h locais (15h em Brasília). Informações preliminares apontam que ele a teria esfaqueado 17 vezes.
[caption id="attachment_26658" align="alignnone" width="595"] Lidia Burgos, assassinada por Marcelo Piloto dentro da cela onde estava preso, no Paraguai — Foto: Polícia Civil do Paraguai/Divulgação[/caption]
A jovem chegou a ser socorrida no local e levada ao hospital do bairro Operário, em Assunção, mas não resistiu aos ferimentos. O Ministério Público abriu uma nova acusação contra Piloto pelo crime, o que deve atrasar a extradição ao Brasil.
O integrante do Comando Vermelho recusou ontem, durante uma audiência preliminar em um caso que investiga a produção de documentos falsos e a posse ilegal de armas, ser entregue às autoridades brasileiras.
A juíza e o promotor do caso tentavam aplicar o chamado “critério de oportunidade” para acelerar a extradição ao país. O mecanismo podia ser usado porque a expectativa da pena de Piloto no Paraguai não ultrapassa os dez anos. Por isso, sua prisão “perde relevância penal” pelo fato de o traficante ter cometido crimes mais graves em outro país.
[caption id="attachment_26659" align="alignnone" width="616"] Marcelo Piloto matou Ligia Burgos usando uma faca de mesa, dentro de sua cela no presídio em Asunción, Paraguai. — Foto: Polícia Civil do Paraguai/Divulgação[/caption]
Ao questionar a aplicação do critério, a defesa do brasileiro argumentou que, na investigação pela falsificação de documentos, as diligências não foram feitas como deveriam.
No final de outubro, o Ministério do Interior paraguaio disse ter impedido um plano para tentar libertar o traficante, em uma operação policial que terminou com a morte de três supostos integrantes do Comando Vermelho e a explosão controlada de um veículo cheio de explosivos, com o qual supostamente pretendiam impactar a prisão na qual o criminoso está recluso.
No Brasil, Piloto é alvo da Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para cumprir duas sentenças pelas quais foi condenado, uma delas a 21 anos de reclusão e a outra a 5 anos e 4 meses.
Piloto está preso no Paraguai desde dezembro de 2017, quando foi detido na cidade de Encarnación após uma operação internacional conjunta entre várias agências.

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