Polícia Civil de Minas Gerais indicia condutora pela morte de família de Campinas

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em Araguari, finalizou inquérito policial sobre as causas do acidente que vitimou a família Monare, de Campinas (SP), com o indiciamento da condutora, sem habilitação para dirigir, S. A. R, 21 anos, por triplo homicídio, qualificado pela impossibilidade de defesa da vítima, e tentativa de homicídio, com a mesma qualificadora, quanto à vítima sobrevivente. O fato ocorreu no dia 7 de outubro, na rodovia BR-050, no Triângulo Mineiro, e resultou na morte de três pessoas. Uma criança de seis anos sobreviveu.
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De acordo com o Delegado Rodrigo Luis Fiorindo Faria, a investigação abarcou uma série de elementos para a elucidação dos fatos, como diligências e levantamentos da equipe de investigação, declarações diversas, além de laudos periciais e de necropsia. “Pelo que apuramos, a condutora participou de uma festa na noite anterior, não descansou, e pela manhã saiu de Uberlândia, com outras duas mulheres, para votar em Araguari. O acidente ocorreu no retorno, por volta de 10h30, quando o carro dela invadiu a pista da esquerda, colidindo com veículo da família”, conta.
O Delegado explica, ainda, que considerando a dinâmica e circunstâncias dos fatos, o indiciamento da investigada foi com base no crime de homicídio previsto no Código Penal e não no Código de Trânsito Brasileiro. “Todo esse aspecto denota a descaracterização da culpa. Ela não se preocupou com a segurança das pessoas nas vias por onde passou, então previu que poderia produzir o resultado e, mesmo assim, continuou assumindo o risco do resultado que veio a causar”, observa.
Histórico
No acidente morreram Alessandro Monare, 38 anos; Belkis da Silva Miguel Monare, 35; e Samuel da Silva Miguel Monare, 8. O filho mais novo do casal, de seis anos, foi o único sobrevivente. A família estava voltando de uma viagem a Goiás (GO) para Campinas (SP), quando ocorreu o acidente, na BR-050, altura do KM 44/45, em Araguari. O veículo caiu em uma ribanceira, de aproximadamente três metros de altura, e foi localizado dois dias após os fatos, quando a criança conseguiu acessar a pista e ser socorrida.
[caption id="attachment_26152" align="alignnone" width="705"] Foto Reprodução[/caption]
A princípio, familiares registraram o desaparecimento dos Monare, já que não havia informações do acidente. No dia 9, quando foram localizados, houve acionamento da perícia e foi instaurado o inquérito policial pela PCMG para apuração dos fatos. Além dos trabalhos periciais no local, após identificação do suposto segundo veículo, esse também foi periciado, concluindo se tratar do carro com envolvimento no acidente.
Em relação à eventual responsabilização da concessionária que administra a rodovia no que diz respeito às buscas, o Delegado Rodrigo Faria informa que, até o momento, após ouvir vários funcionários, não ficou caracterizado dolo na omissão de socorro, portanto, não havendo indiciamento no âmbito criminal de pessoa física. “Contudo, será encaminhada cópia do inquérito ao Ministério Público Federal, que ficará a cargo, no que julgar cabível, em relação a possível ilícito civil e administrativo na questão da segurança da via e outros aspectos”, conclui. O procedimento da PCMG será remetido à Justiça na próxima semana.

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